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Em 30 de novembro de 1835, começava a aventura de Mark Twain

Samuel Langhorne Clemens veio ao mundo em  30 de novembro de 1835 na Flórida, mas mudou-se ainda jovem, junto com a família, para uma pequena cidade às margens do Mississipi. Virou timoneiro de barco à vapor e inspirou-se nas viagens pelas águas do grande rio para começar a escrever suas histórias. Em 1863, adotou o pseudônimo de Mark Twain, nome de origem controversa. Alguns dizem que significa “dois fantasmas”, outros que é a expressão que os timoneiros usavam para marcar a profundidade das embarcações e ainda há os que defendem que está ligada ao som do motor dos barcos (“twain, twain, twain”) ou ainda a forma de se pedir uma bebida dupla nos bares do velho oeste. Independente disso, foi com esse nome que ele entrou para a história. Twain chegou a ser a celebridade mais conhecida de sua época e é tido como o primeiro autor verdadeiramente norte-americano. Entre seus livros mais conhecidos estão O príncipe e o mendigo, As aventuras de Tom Sawyer e aquele que é considerado sua obra prima: As aventuras de Huckleberry Finn. Para comemorar o aniversário de Mark Twain, separamos aqui algumas fotos de quando ele ainda era Samuel.

Samuel Clemens aos quinze anos

Belo, jovem e apaixonado pelo Mississipi

Aos 24 anos, já timoneiro

E agora como Mark Twain, ainda jovem, mas já exibindo seu famoso bigode:

Mark_Twain_jovem

E com os cabelos brancos, sua imagem mais conhecida:

marktwain_maisvelho

David Coimbra e seu entusiasmo com “Uma breve história dos Estados Unidos”

O jornalista e escritor David Coimbra escreveu, em sua coluna de quarta-feira, 20 de julho, no jornal Zero Hora, um breve relato sobre Uma breve história dos Estados Unidosobra de James West Davidson lançada recentemente pela L&PM. David conta um pouco sobre o porquê de sua empolgação:

(…) Entusiasmei-me com um livro lançado recentemente pela L&PM: Uma breve história dos Estados Unidos, de James West Davidson. Aí está alguém que conta a história como a história deve ser contada. Nesse livro, Davidson tenta entender por que os Estados Unidos são como são. E consegue.

Há relatos saborosos de personagens grandes e pequenos da América. Um deles, um jovem do Leste chamado Sam Clemens, que “comprou uma camisa de flanela e um grande chapéu de feltro, deixou crescer a barba e o bigode” e foi para o Oeste, em busca de ouro. Passou cinco meses em Nevada, escavando sob o sol durante os calores do dia e padecendo durante o frio da noite em uma cabana mal vedada. Um dia, desesperado, escreveu ao irmão, pedindo que lhe mandasse qualquer dinheiro que tivesse: “Quero fazer fortuna ou falir de uma vez. Minhas costas estão doendo e minhas mãos, cheias de bolhas”.

Como esperava, Sam faliu. Por US$ 40 mensais, aceitou emprego em uma fábrica que triturava minérios. Quando recebeu o primeiro salário, se enfureceu. Marchou até o patrão e exigiu um aumento: queria não US$ 40 por mês, mas, no mínimo, 400 mil. Foi demitido na hora.

Sam voltou para o Leste e, como não esperava, acabou fazendo fortuna. Não como mineiro: ele mudou o nome para Mark Twain e escreveu um livro chamado Huckleberry Finn. Dessa obra, Hemingway disse o seguinte: “Toda a literatura americana se origina desse livro. Não havia nada antes. Não houve nada tão bom desde então”.

Não é lindo?

É linda a história contada por James West Davidson. Leia o livro, mesmo que você não seja americanófilo. Você vai gostar.

Breve historia EUA

O ritual diário de célebres escritores

Quem não tem um ritual matinal? Nem que seja desligar o despertador do iPhone, escovar os dentes e correr pro trabalho de barriga vazia mesmo. Há outros hábitos mais refinados, no entanto. Jane Austen, por exemplo, costumava tocar piano enquanto a casa ainda dormia e Victor Hugo lia cartas de amor de manhã cedinho…

O escritor nova iorquino Mason Curry pesquisou e colocou no papel 161 diferentes rituais – entre eles os de vários autores famosos – que em algum momento foram descritos em cartas ou nos diários deles. O resultado foi o livro “Rituals: How great minds make time, find inspitation, and get to work”, ainda inédito no Brasil. Dê só uma olhadinha em alguns deles:

JANE AUSTEN

A escritora levantava-se bem cedo, antes das outras mulheres acordarem, e tocava piano. Às 9h, ela organizava o café da manhã familiar, seu principal trabalho doméstico. Em seguida, sentava-se na sala de estar para escrever, enquanto sua mãe e irmã costuravam silenciosamente. Se convidados aparecessem, ela escondia seus papéis e participava da conversa. A principal refeição do dia era servida entre às 15h e 16h. Depois, seguida de uma conversa, uma jogatina, e chá. À noite, leituras em voz alta de romances e era nessa hora que Jane lia seu trabalho em andamento para a família.

O piano de Jane Austen que atualmente está no museu que leva seu nome

O piano de Jane Austen que atualmente está no museu que leva seu nome

VICTOR HUGO

Ele se levantava de madrugada, acordado diariamente por um tiro disparado de um forte relativamente próximo à sua casa, e então recebia uma xícara de café fresco e uma matutina carta de Juliette Drouet, sua amante, que ele havia instalado em Guemsey, há apenas nove portas dali. Depois de ler as apaixonadas palavras de “Juju” para seu “amado Cristo”, Hugo engolia dois ovos crus, trancava-se e escrevia até às 11h em uma pequena mesa que ficava em frente a um espelho.

Hugo)juliette

Os jovens Victor Hugo e Juliette e seus monogramas

MARK TWAIN

Sua rotina era simples: depois de seu café da manhã, ele ía ler e escrever e assim ficava até seu jantar, por volta das 17h. Como ele pulava o almoço, pois sua família não se aproximava durante o estudo – tocariam uma corneta se precisassem dele – ele podia trabalhar sem interrupções por horas a fio. No verão, costumava apreciar o vento: “Em dias quentes”, escreveu ele a um amigo. “Eu abro meus estudos, ancoro meus papéis com pesos, e escrevo em meio a um furacão, vestido com tecido de linho”.

Mark Twain escrevendo

Mark Twain trabalha vestido de linho

FRANZ KAFKA

Em 1908, Kafka conseguiu um emprego no Instituto de Seguro de Acidentes do Trabalhados em Praga, onde ele teve a sorte de trabalhar apenas um turno único. Nessa época, ele estava vivendo com sua família em um apartamento apertado, onde podia se concentrar e escrever apenas de madrugada, quando todos já estavam dormindo. Como Kafka escreveu a Felice Bauer, em 1912, “o tempo é curto, minha força é limitada, o escritório é horrível, o apartamento é barulhento e por isso precisamos ter jogo de cintura para viver a vida de maneira agradável”. Na mesma carta, ele descreve sua rotina: “…às 10h30 (as vezes após, mas não depois das 11h30) eu sento para escrever, dependendo da minha força, inclinação e sorte, até às 14h, 15h, 16h, de vez em quando, até às 6h da manhã.

Kafka 1908

Franz Kafka em 1908

CHARLES DICKENS

Primeiro, ele precisa de absoluto silêncio; tanto que, em uma de suas casas, uma porta extra teve de ser instalada para bloquear o barulho. Seu estudo era precisamente organizado, com uma mesa posta na frente de uma janela e, na própria mesa seus materiais de escrita – canetas de pena e tinta azul – em meio a diversos outros ornamentos: uma pequeno vaso de flores, um grande abre cartas, uma folha dourada com um coelho em cima, e duas estátuas de bronze (uma representando um par de sapos duelando, outra um cavalheiro cercado por filhotes de cachorros).

Dickens

Dickens precisava de silêncio total

Via Shortlist.com

 

 

Filme estrelado por Matthew McConaughey foi inspirado em livro de Mark Twain

O ator Matthew McConaughey está em alta. De uma carinha bonita com uma barriga de tanquinho exibidas em filmes na Sessão da Tarde, ele passou a um dos atores mais festejados da atualidade. Favorito à estatueta de melhor ator no Oscar deste ano por sua atuação em “Clube de Compras Dallas”, ele também rouba a cena quando aparece em “O lobo de Wall Street” como aquele que ensina os primeiros truques ao personagem de Leonardo di Caprio. E ainda é um dos personagens principais da ótima série “True Detectives” que está passando no HBO. Essa nova fase de McConaughey começou quando ele estrelou filmes como “Killer Joe”, de 2011 e “Mud”, de 2012.

“Mud”, que no Brasil recebeu o infeliz título de “Amor Bandido” (e que talvez por isso não tenha ganhado muita repercussão), é um filme escrito e dirigido por Jeff Nichols e que, segundo admitiu o diretor, presta uma homenagem a Huckleberry Finn e Tom Sawyer, personagens de livros homônimos do escritor Mark Twain.

“Assim que li o roteiro de ‘Mud’ eu disse a Jeff: ‘Você roubou várias ideias de Mark Twain, não?’ E ele respondeu que Twain foi sua grande inspiração”. Contou a produtora Sarah Green. Prova disso é que o personagem vivido por Sam Shepard chama-se Tom Blankenship, o nome da pessoa real em que Tom Sawyer foi baseado.

O filme de Nichols se passa em uma pequena ilha do Rio Mississipi, onde dois garotos conhecem “Mud”, o misterioso e solitário homem interpretado por McConaughey e que, assim como o escravo Jim, de Huckleberry Finn, está fugindo de algo. Nichols começou a trabalhar nessa história nos anos 1990 e o resultado e um filme centrado em amizades fortes, tema recorrente nas histórias de Twain.

Assista ao trailer, procure na locadora mais próxima e depois vá correndo ler Huckleberry Finn e As aventuras de Tom Sayer, ambos publicados na Coleção L&PM Pocket:

O “imoral” Huckleberry Finn

capa_huckleberry_finn.indd“Quando Mark Twain era vivo, o livro [As aventuras de Huckleberry Finn] foi criticado e censurado por ser considerado imoral, em parte por causa de várias mentiras que Huck se esmera em contar para se safar de apuros. Em sua Autobiography of Mark Twain (o primeiro de três volumes foi publicado pela University of California Press em novembro de 2010 no centenário da morte do autor), essas críticas são respondidas com a verve característica do escritor: num diálogo com o funcionário de uma biblioteca da qual As aventuras de Huckleberry Finn havia sido retirado das estantes, ele desconcerta o sujeito ao afirmar que a Bíblia também deveria ser proibida por ser muito imoral e fala das passagens bíblicas que os meninos leem às escondidas, o que o próprio funcionário decerto fizera quando criança. Diante da negativa veemente de seu interlocutor, Mark Twain replica que ele está mentindo e que, portanto, deve estar lendo Huckleberry Finn e seguindo seu péssimo exemplo.”

(trecho da nota da tradutora Rosaura Eichenberg na abertura do livro As aventuras de Huckleberry Finn da Coleção L&PM Pocket)

É Dia Nacional do Leitor

7 de janeiro é o Dia do Leitor em território nacional. Um dia dedicado a todos os que amam os livros. E que, claro, são a nossa razão de ser. Em homenagem todos os amantes das letras, publicamos aqui algumas fotos de escritores debruçados sobre um bom livro. Porque todo mundo sabe que ler é o primeiro passo para escrever.

F. S. Fitzgerald

Jack London ainda criança

Mark Twain

Agatha Christie

William Burroughs

J. D. Salinger

Patricia Highsmith

As aventuras de Tom Sawyer

Por Fernanda Scherer*

Antes de conhecer Tom Sawyer na literatura, conheci James Sawyer no seriado Lost. O personagem andava pela misteriosa ilha sempre com um livro a tiracolo e eu me perguntava se o James era inspirado naquele Sawyer da literatura. Resolvi ler o livro para tirar essa dúvida.

As aventuras de Tom Sawyer (Coleção L&PM Pocket), de Mark Twain, é um grande clássico da literatura americana. Publicado originalmente em 1876 – sempre me impressiono com obras do século passado que ainda parecem recém lançadas -, o livro traz um garoto muito esperto, aprontando mil coisas. Li pensando na infância do meu pai e dos meus avôs. Uma infância em que, no final de semana, os garotos se reuniam para nadar no lago e a falta de brinquedos industrializados era compensada por uma grande imaginação. Um tempo em que um dente de leite valia o equivalente a um carrapato vivo (troca real feita na história entre Tom e seu fiel amigo Huck Finn).

Tom Sawyer é um garoto do tipo “moleque”, com direito a noites de brincadeira no cemitério e uma tentativa de virar pirata. Mas, ao mesmo tempo, um moleque de grande coração, que tem um imenso carinho pela família e que enfrenta uma super confusão para ajudar um homem inocente.

As aventuras de Tom Sawyer nos leva de volta à infância. Talvez não a nossa infância, mas a infância simples e divertida de Tom.

Se James Sawyer, de Lost, foi inspirado no Tom? Os roteiristas nunca confirmaram a informação. Mas Tom Sawyer, com certeza, já serviu de inspiração para muitos outros livros, filmes e músicas.

Curiosidades sobre Tom Sawyer:

  • Tom Sawyer serviu de inspiração para músicas homônimas das bandas RushMindless Self Indulgence.
  • A personagem e o livro também são citados nos filmes Minority Report – A Nova Lei (pelo ator Tom Cruise), A Felicidade não se compra (pelo ator James Stewart) e A Liga Extraordinária (pelo ator Shane West).
  • Serviu de inspiração para a série de TV americana CHUCK, episódio “Chuck contra Tom Sawyer”, onde Tom Sawyer é um código secreto para desarmar uma bomba. No mesmo seriado, Tom Sawyer já foi um técnico de vídeo-game e criador de um míssil que poderia iniciar a Terceira Guerra Mundial.
  • Considerado vilão em Os Padrinhos Mágicos no episódio “Vida Na Estante”.
  • O protagonista do livro A Misteriosa Chama da Rainha Loana, de Umberto Eco, cita Tom Sawyer em uma de suas passagens.
  • Citado no filme Alice Upside Down, a professora Plotkins lê o livro para a turma de Alice e no final do filme dá o mesmo livro de presente a ela
  • Também citado no desenho Phineas e Ferb pelo Dr. Heinz Doofenshmirtz quando ele ouvia um CD falando a respeito de Tom Sawyer.
  • Citado no conto A Canoa, do escritor Luke T. Bergeron. Ele cria um verbo e usa no passado, Tom Sawyered.
  • Em Dogville, o livro que Thomas Edison (pai) está lendo é “The Adventures of Tom Sawyer”.
  • É citado no último episódio da 12º temporada de Os Simpsons, “Contos da Carochinha”. Na história, Tom, interpretado por Nelson Muntz foge de um casamento arranjado.
  • Em Feiticeiros de Waverly Place, Max mente para sua namorada que seu nome é Tom Sawyer, e mais referências são citadas no episódio.

No Missouri (EUA) há um monumento com as estátuas de Tom Sawyer e seu amigo Huck Finn

* Toda semana, a Série “Relembrando um grande livro” traz um texto assinado em que grandes livros são (re)lembrados. Livros imperdíveis e inesquecíveis.

Escritores que assinam embaixo

Quem não sonha em ter uma primeira edição assinada de próprio punho por um escritor famoso? Mesmo que algumas dessas assinaturas sejam praticamente ilegíveis, elas são pra lá de especiais, você não concorda? Veja aqui algumas delas e tente reconhecer os nomes (todos eles publicados pela L&PM). Caso tenha alguma dúvida, a resposta está no final do post.

Na ordem: James Joyce, Charles Bukowski, Arthur Conan Doyle, Edgar Allan Poe, Francis Scott Fitzgerald, J. D. Salinger, Jorge Luis Borges, Leon Tolstói, Mark Twain, Oscar Wilde, Pablo Neruda, Rainer Maria Rilke.

Onde há fumaça… há literatura

Já não se fazem mais escritores como antigamente. Pelo menos não daqueles de cachimbo em punho (ou nos lábios). Acessório que já foi tão fundamental quanto a máquina de escrever, ele parece ter caído em desuso. Ou porque os escritores de hoje andam mais saudáveis. Ou porque a moda mudou. De uma forma ou de outra, que o cachimbo tem (ou tinha) estilo, isso é verdade. Jack Kerouac e seus companheiros que o digam…

Jack Kerouac

Georges Simenon

Hunter Thompson

Mark Twain

Raymond Chandler

William Faulkner

Google homenageia Mark Twain

É sempre uma bela surpresa abrir o Google e ver uma ilustração ou animação divertida feita para homenagear alguém ou lembrar um acontecimento importante. Quem acessa o buscador com frequência deve ter visto as homenagens  que foram feitas a Julio Verne, Agatha Christie, Fernando Pessoa, Jorge Luis Borges e outros tantos escritores.

Hoje é a vez de Mark Twain! Uma ilustração com seus personagens mais famosos apareceu hoje na home do buscador.

(clique para ampliar)

Mark Twain nasceu no dia 30 de novembro de 1835, há exatos 176 anos. Sobre seu romance mais famoso, As aventuras de Huckleberry Finn, o Nobel de literatura Ernest Hemingway escreveu:

“Toda a literatura americana moderna se origina de um livro escrito por Mark Twain, chamado Huckleberry Finn (…). Não havia nada antes. Não houve nada tão bom desde então.”

Quer tirar a prova da genialidade de Mark Twain? Na Coleção L&PM Pocket você encontra As aventuras de Huckleberry Finn, O príncipe e o mendigo e As aventuras de Tom Sawyer.