Argumenta-se que Camelot foi um mito criado por Jackie Kennedy para dar brilho ao legado do marido. Se as comparações com Camelot eram ou não discutidas na Casa Branca dos Kennedy durante a vida do presidente não está claro. Mas as comparações são apropriadas e, como Jackie havia esperado, a história de Camelot definiu o modo como a presidência do marido é lembrada até hoje.
John Fitzgerald Kennedy está enterrado em um declive perto da ex-casa de Robert E. Lee, no Cemitério Nacional de Arlington, o lugar que ele tanto admirou poucas semanas antes de sua morte. Ele é um dos dois únicos presidentes enterrados lá – o outro é William Howard Taft, que morreu em 1930.
Jackie Kennedy insistiu que o funeral do marido fosse o mais parecido possível com o de Abraham Lincoln. O professor James Robertson Jr., diretor da Comissão do Centenário da Guerra Civil Americana, e David Mearns, da Biblioteca do Congresso, foram designados para pesquisar o funeral de Lincoln no breve período entre o assassinato de JFK e seu enterro. O Salão Leste da Casa Branca foi transformado para que ficasse quase exatamente igual ao que era quando recebeu o corpo de Lincoln em 1865. Além disso, a carreta e o cortejo fúnebre por Washington foram copiados da jornada final de Lincoln.
O enterro de John Kennedy em Arlington é iluminado por uma chama eterna, por sugestão de Jackie Kennedy. Queima no centro de uma placa circular de granito de Cape Cod, com um metro e meio de diâmetro. Jackie jaz ao lado dele, bem como seus dois bebês falecidos, Arabella e Patrick. A cobertura televisiva do funeral de John Kennedy transformou Arlington de um lugar de enterro de soldados e marinheiros a um popular destino turístico. Até hoje, nenhum local em Arlington é mais popular do que o túmulo de John Fitzgerald Kennedy. Mesmo uma geração após o seu assassinato, o túmulo atrai mais de quatro milhões de pessoas por ano em Arlington. São pessoas dispostas a prestar homenagem ao presidente morto.
E também ao grande sonho americano que ele representou.
(Trecho do posfácio de Os últimos dias de John F. Kennedy, de Bill O’Reilly e Martin Dugard)
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Não há chance de ressuscitar John F. Kennedy
O diâmetro da ferida provocada pelo segundo impacto é só um pouco maior que o de um lápis número dois. A alta velocidade faz com que a bala atravesse o cérebro do presidente e saia pela frente do crânio, em vez de se alojar lá dentro como a bala mais lenta que matou Abraham Lincoln.
(…)
Mas a bala de 6,5 milímetros disparada por Lee Harvey Oswald é um pedaço de chumbo muito mais cruel. Uma bala tão fina pode parecer insignificante, mas é capaz de abater um cervo a 180 metros de distância.
Esse míssil revestido de cobre põe fim à vida de John F. Kennedy em um instante. Mal desacelera enquanto atravessa a terna massa cinzenta do cérebro antes de explodir a fina parede óssea ao sair pela frente de seu crânio.
Os braços de Jackie continuam em volta do marido quando a frente de sua cabeça explode. Cérebro, sangue e fragmentos de osso banham o rosto da primeira-dama e seu tailleur rosa da Chanel; salpicam até mesmo os quebra-sóis do para-brisa da limusine.
(…)
Não há nenhuma chance de ressuscitá-lo com uma respiração boca a boca, como se tentou quando Lincoln jazia moribundo no chão do camarote do Teatro Ford. Não haverá vigília noturna, como com Lincoln, para que os amigos e entes queridos possam acompanhar JFK em seus momentos finais.
(…)
Mal sabem os espectadores, horrorizados, mas os historiadores e teóricos da conspiração, e também os cidadãos comuns nascidos anos depois desse dia, questionarão se Lee Harvey Oswald agiu sozinho ou se teve ajuda de outros. As autoridades federais examinarão a balística e usarão um cronômetro para medir com que rapidez um homem é capaz de mirar e carregar um Mannlicher-Carcano 6,5 milímetros. As pessoas mais variadas se autonomearão especialistas em vídeos caseiros do assassinato em baixa resolução, em colinas gramadas, e nos muitos malfeitores que asiavam para ver John F. Kennedy afastado do poder.
Os argumentos conspiratórios se tornarão tão convincentes e tão intrincados que um dia ameaçarão sobrepujar a tragédia de 22 de novembro d 1963.
Então, que fique registrado, de uma vez por todas, que às 12h30 de uma tarde ensolarada de sexta-feira em Dallas, Texas, John Fitzgerald Kennedy é morto a tiros num piscar de olhos. Deixa uma bela viúva. Deixa duas crianças adoráveis. Deixa uma nação que o ama.
Trecho de Os últimos dias de John F. Kennedy, de Bill O’Reilly e Martin Dugard.
A morte está imóvel na janela
22 DE NOVEMBRO DE 1963
DEALEY PLAZA, DALLAS, TEXAS
12h14Antecipando a chegada do presidente dos Estados Unidos, um estudante de ensino médio chamado Aaron Rowland e sua esposa, Barbara, aguardam na Dealey Plaza. Ao olhar para o Texas School Book Depository, ele vê a silhueta de um homem contra uma janela de esquina no sexto andar. Um caçador aficionado, Rowland precebe que o homem está segurando um fuzil na posição de cruzar armas – em diagonal à frente do corpo, com uma mão na coronha e outra no cano. É assim que um fuzileiro naval seguraria a arma enquanto espera para disparar no polígono de tiro.
Rowland está fascinado, mas pelos motivos errados.
– Quer ver um agente do Serviço Secreto? – ele pergunta à esposa.
– Onde?
– Naquele prédio, ali – ele responde, apontando.
Seis minutos depois, e dez minutos antes de o comboio chegar à Dealey Plaza, Ronald Fischer e Robert Edwards, que trabalham no escritório de auditoria do condado, perto dali, olham para cima e veem um homem parado na janela do sexto andar. “Ele nunca se moveu”, Fischer lembrará mais tarde. “Ele nem piscava os olhos. Estava só olhando, feito uma estátua.”
No mesmo instante, Howard L. Brennan, um encanador da região, usa a manga de sua camisa cáqui para secar o suor da testa. Isso o faz pensar em como o dia está quente. E então ele olha para o painel da Hertz no alto do telhado do Texas School Book Depositary, que mostra a hora e a temperatura. Ao fazer isso, ele identifica um homem misterioso completamente imóvel posicionado na janela superior para atirar.
Mas logo vem o som de euforia à medida que o comboio se aproxima. Na Main Street, as multidões ocupam faixas de três a seis metros de largura, e seu barulho ecoa pelas ruas estreitas ladeadas de janelas do centro centro de Dallas. Em meio a toda a empolgação, a visão de um homem parado em uma janela empunhando um fuzil é esquecida. O presidente está perto. Nada mais importa.
Trecho de Os últimos dias de John F. Kennedy, de Bill O’Reilly e Martin Dugard.
As últimas horas de vida de John F. Kennedy
21 DE NOVEMBRO DE 1963
A BORDO DO AIR FORCE ONE
14hEm suas últimas horas de vida, o presidente John F. Kennedy está voando com estilo a bordo do Air Force One. Ele examina os documentos confidenciais da inteligência que transbordam de sua velha pasta executiva preta de pele de crocodilo. JFK faz leitura dinâmica à velocidade habitual de 1.200 palavras por minuto, os óculos equilibrados na ponta do nariz, concentrado em seu estudo. No sofá encostado na parede oposta ao escritório de bordo de JFK, Jackie Kennedy fala suavemente em espanhol, praticando um discurso que fará esta noite em Houston para um grupo de mulheres latino-americanas.
O rom-rom em castelhano da primeira-dama é um acréscimo bem-vindo ao santuário particular do presidente a bordo do avião. John Kennedy está tão feliz que Jackie esteja viajando ao Texas com ele que até teve o gesto pouco usual de ajudá-la a escolher as roupas que vestirá em suas muitas aparições públicas. Um dos trajes, um tailleur de lã rosa da Chanel combinando com um pequeno chapéu redondo sem aba, é o favorito da primeira dama.
(…)
Às onze horas da manhã, o presidente deu um último abraço em John Jr. e pisou na pista de decolagem antes de subir as escadas rumo ao Air Force One. A primeira-dama estava ao lado dele. Cinco minutos depois, o avião decolou de Andrews para o voo de três horas e meia até o Texas. John Kennedy Jr. observou o grande jato subir ao céu e desaparecer na distância.
(…)
No solo, em Dallas, Lee Harvey Oswald enche caixas de papelão com livros enquanto preenche pedidos no Texas School Book Depository. Mas hoje ele está distraído, e um mapa do itinerário do comboio presidencial impresso na primeira página da edição vespertina do Dallas Times Herald chama sua atenção. Oswald só precisa olhar pela janela mais próxima para ver precisamente onde a limusine do presidente fará uma lenta curva para a direita, da Main Street para a Houston, e então uma curva ainda mais lenta pra a esquerda para entrar na Elm Street, onde passará quase debaixo das janelas do depósito. Dar uma boa olhada no presidente será tão simples quanto olhar para a rua logo abaixo. Mas Lee Harvey Oswald está planejando fazer muito mais do que dar uma olhada.
Trechos de Os últimos dias de John F. Kennedy, de Bill O’Reilly e Martin Dugard, L&PM Editores.
A morte de Kennedy começa em 18 de novembro de 1963
A destruição de Camelot poderia ter começado com a Baía dos Porcos, quando John F. Kennedy fez de Fidel Castro um inimigo permanente e enfureceu a própria CIA.
Ou poderia ter começado naquela noite de outubro de 1962 quando JFK cortou relações com Sam Giacana, Frank Sinatra e a máfia, e não fez nada quando seu irmão Bobby combateu diligentemente o crime organizado.
O fim de Camelot poderia ter se originado na Crise dos Mísseis em Cuba, quando JFK obteve uma vitória diplomática decisiva sobre Nikita Khrushchev e o Império Soviético. Ao mesmo tempo, frustrou seus generais superiores e aquele que Dwight Eisenhower chamava de “complexo industrial” por se recusar a iniciar uma guerra. A destruição de Camelot poderia ter começado de várias maneiras. De fato, começa em 18 de novembro, quando o agente especial Winston G. Lawson, da equipe de reconhecimento do Serviço Secreto, Forrest V. Sorrels, da sucursal do Serviço Secreto em Dallas, e Jesse Curry, chefe da polícia de Dallas, dirigem por dezesseis quilômetros cuidadosamente selecionados de Love Field ao Trade Mart. “Inferno”, diz o agente especial Sorrels, olhando para as milhares de janelas acima deles, “seríamos um alvo fácil”.
Entretanto, os agentes decidem que este será o itinerário do comboio presidencial.
(…)
Assim, quando os agentes especiais do Serviço Secreto escolhem o itinerário do presidente em 18 de novembro e divulgam essa informação para o público, qualquer um que queira causar dano ao presidente pode começar a planejar o lugar e a hora do ataque. Dito de outra forma: muitas pessoas gostariam de ver John F. Kennedy morto. Mas antes da segunda-feira, 18 de novembro, não existia nenhuma área em Dallas que fosse especialmente vulnerável a armas de fogo. Agora existe.
(Trecho de Os últimos dias de John F. Kennedy, livro de Bill O’Reilly & Martin Dugard que vendeu mais de 2 milhões nos EUA e acaba de sair no Brasil pela L&PM Editores)
Filme que estreia domingo no NatGeo baseou-se em “Os últimos dias de John F. Kennedy”
Com a aproximação do 50º aniversário do assassinato de John Fitzgerald Kennedy, ocorrido em 22 de novembro de 1963, estreia neste domingo, dia 10 às 21h15, no canal a cabo NatGeo (National Geographic), o filme “Quem matou Kennedy”, produzido por Ridley Scott e baseado no best-seller “Os últimos dias de John F. Kennedy”, de Bill O’Reilly e Martin Dugard, que acaba de ser lançado no Brasil pela L&PM Editores.
Protagonizado por Rob Lowe (JFK) e Will Rothhaar (Lee Harvey Oswald), com Michelle Trachtenberg (Marina Oswald) e Ginnifer Goodwin (Jacqueline Kennedy), a narrativa reflete os altos e baixos de dois homens, dois relacionamentos que, eventualmente, se cruzam e provocam duas mortes impactantes que chocaram a nação. O premiado dramaturgo e roteirista Kelly Masterson foi quem adaptou o livro para a TV.
Ao mesmo tempo em que mostra Kennedy e Oswald como os pólos opostos que eram, refletindo o caminho de cada um naquele fatídico dia, a história contada em livro e filme revela os bastidores da lenda Kennedy para refletir o homem que ele era com flashes de momento íntimos, incluindo a devastadora perda de seu filho Patrick, seu notável relacionamento e colaboração com seu irmão Bobby Kennedy.
“JFK representava tanto não só para mim, mas para todos nós” disse Rob Lowe sobre o personagem que interpreta. “Ser capaz de participar de sua história como parte deste projeto incrível no 50º aniversário de sua morte foi uma lição de humildade emocionante, uma oportunidade única na vida”.
Além do Brasil, o filme estreia neste mesmo dia e horário em toda a América Latina. Clique aqui e saiba mais no site do NatGeo.
O livro de não ficção mais vendido dos EUA será lançado pela L&PM em 2013
E por falar em presidente do EUA, Kennedy voltou a ser manchete. Pelo menos nos editoriais de cultura. Isso porque o livro “Killing Kennedy: The End of Camelot” (Matando Kennedy: o fim de Camelot), escrito por Bill O’Reilly, âncora de um programa notícias da Fox, e também por Martin Dugard, tornou-se instantaneamente o número 1 da lista dos mais vendidos da categoria não ficção do The New York Times ao ser lançado no início de outubro.
Os direitos para a edição de “Killing Kennedy” no Brasil foram adquiridos pela L&PM e a tradução já está sendo feita por Otávio Albuquerque. Com previsão de lançamento por aqui em meados de 2013, “Killing Kennedy” é uma narrativa histórica fascinante dos eventos que cercam o assassinado de John F. Kennedy. O´Reilly narra em detalhes emocionantes este brutal episódio que mudaria o rumo da história dos EUA, sem deixar de mencionar os eventos que antecederam o crime mais famoso do século XX.
Muito já foi escrito sobre o assassinato do mais popular presidente dos Estados Unidos da América. Mas “Killing Kennedy” com certeza tem muito para contar – e de forma totalmente envolvente. Não é à toa que ele está no topo da lista dos mais vendidos dos EUA.