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Um leitor na “Ola Google”

Nesta segunda-feira, 16 de junho, o Google publicou um doodle em que suas letras realizam a Ola em meio a outras letras. O interessante é que a letra “L”, em vez de estar assistindo ao jogo, está concentrada lendo. Mas quando a Ola chega ele não deixa de se levantar, sem tirar os olhos do seu livro. Ótimo incentivo à leitura durante a Copa.

Leitor concentrado em meio às letras.

Leitor concentrado em meio às letras.

A Ola ficou famosa na Copa do Mundo de 1986, no México.

Uma viagem ao México de Kerouac

O Caderno de Viagem do Jornal Zero Hora de terça-feira, 7 de janeiro, traz uma matéria sobre o México de Jack Kerouac. No texto, reproduzido do The New York Times, o jornalista Damien Cave escreve em primeira pessoa, imaginando o que o autor de Pé na Estrada (On the road) pensaria de certos lugares turísticos: “Depois de comer no restaurante, eu tentei imaginar o que Kerouac teria achado dele. Talvez depende de qual Kerouac nós imaginemos. Ele tinha 30 anos quando fez aquela viagem de ônibus e estava em grande medida autocentrado demais para ver além do “frenesi e do sonho” que definiria sua visita em Pé na Estrada. Mas e o Kerouac idoso? Se não tivesse morrido de alcoolismo em 1969, aos 47 anos, talvez tivesse se mudado para o México e tentado compreendê-lo e explicá-lo melhor.”

Leia a matéria na íntegra:

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A mãe das jornalistas, por Eduardo Galeano

Os filhos dos dias, mais recente livro de Eduardo Galeano, conta que, na manhã de 14 de novembro de 1889, há exatos 123 anos atrás, uma jovem de 20 anos começou a viagem que faria com que se tornasse a primeira grande repórter que o mundo teve notícia.

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Frida Kahlo no novo livro de Galeano

Julho
7

Fridamania

Em 1954, uma manifestação comunista percorreu as ruas da Cidade do México. Frida Kahlo estava lá, de cadeira de rodas. Foi a última vez em que foi vista viva. Morreu, sem ruído, pouco depois. E se passaram uns quantos anos até que a fridamania, tremendo alvoroço, a despertou. Ressurreição ou negócio? É isso o que merecia uma artista alheia a qualquer exitismo e ao lindismo, autora impiedosa de autorretratos que a mostravam sobrancelhuda e bigoduda, crivada de agulhas e alfinetes, apunhalada por trinta e duas operações? E se tudo isso fosse muito mais que manipulação mercantilista? Uma homenagem do tempo, que celebra uma mulher capaz de transformar sua dor em cor?

Trecho de “Os filhos dos dias”, novo livro de Eduardo Galeano que será lançado no Brasil pela L&PM Editores em julho com tradução de Eric Nepomuceno. “Os filhos dos dias” traz uma pequena história para cada dia do ano, sempre centrada em um fato real que aconteceu naquela data.

A estrada que trouxe a foto de “On the Road”

Por Paula Taitelbaum

Não me pergunte como cheguei até Walter Salles. Foi uma espécie de estrada, trilhada pelos caminhos virtuais da internet, e que fizeram com que o endereço de email dele estacionasse na minha caixa de entrada. Com a bênção de Jack Kerouac, Walter respondeu à primeira mensagem que enviei, e que pedia uma pequena entrevista para o site da L&PM sobre On the Road, livro publicado por aqui e cuja história ele estava rodando na época. Aliás, não falei: isso foi há quase um ano. Em janeiro de 2011, enviei um novo e-mail elogiando as primeiras fotos divulgadas do filme e, de carona, comentei o quanto o “still” do Garrett Hedlund, um dos atores principais, havia feito sucesso entre as garotas do Núcleo de Comunicação L&PM. Walter, num misto de gentileza e provocação, enviou-me então duas fotos P&B que mostravam o galã Garrett na pele de Dean Moriarty, dançando num inferninho do México. Assim que eu abri os anexos, foi uma gritaria geral na sala (ok, exagerei, não gritamos, só suspiramos, vá lá…). A questão é que não podíamos mostrar as imagens pra ninguém. Muito menos passar adiante. E isso ele nem precisou dizer. Fotos como estas necessitam de uma autorização formal para serem usadas. Nada a fazer a não ser suspirar, portanto… E ali ficaram as imagens guardadas em uma pasta do meu computador.

Com a proximidade do aniversário de Jack Kerouac, 12 de março, comecei a pensar em como poderíamos fazer algo especial para comemorar a data. Será que não haveria a possibilidade de liberarem uma das fotos? Afinal, publicamos On the Road – o manuscrito original. Diante da minha pergunta, Walter foi novamente de uma gentileza ímpar e prometeu falar com a produtora, a francesa MK2, sobre a possibilidade de nos liberar uma das imagens, inédita no mundo. Depois do Carnaval, a resposta chegou: podíamos escolher uma das fotos. A MK2 escaneou a imagem (a  foto era em papel!) feita por Gregory Smith, nos mandou em alta, e autorizou a publicação no site da L&PM. Foi assim que, na sexta, dia 11 de março, um dia antes do aniversário de Kerouac, começamos a divulgar, através das redes sociais da editora, que a foto seria publicada em primeira mão no sábado ao meio-dia.

Sábado de manhã, o  Twitter mostrou o seu poder, fazendo com que a notícia se espalhasse rapidamente pelo mundo: começaram a chegar mensagens vindas da Europa, Ásia e EUA. Sites e blogs internacionais de fãs de Garrett Hedlund, Kristen Stewart, Jack Kerouac e On the Road também trataram de ajudar espontaneamente na divulgação. Quando a foto foi ao ar, os acessos saltaram. Muitos agradeceram o presente. Outros tantos disseram que Kerouac estava devidamente homenageado. Vários se mostraram ansiosos pela chegada do filme. E nós seguimos suspirando. Imagine quando o filme estreiar…

 

A Expo é um parque de diversões da cabeça

Antes de discorrer novamente sobre a Expo Shangai 2010, uma descoberta: os chineses não são tão desrespeitosos no trânsito quanto eu achava que fossem. É que mesmo com o sinal verde aceso para pedestres, você pode ser atropelado por um veículo que vem dobrando a esquina, já que aqui na China o vermelho só vale para fazer parar os carros que seguem reto ou fazem conversão à esquerda. Os que dobram à direita tem sempre passe livre e não querem nem saber se tem faixa de segurança. Ou seja, o que eu achei que era uma infração, é apenas um perigo iminente. E agora as considerações sobre a Expo. Essas bem mais positivas e animadoras do que as do post passado. Acho que não cheguei a dizer o quão impressionante é a feira e tudo o que é possível ver por lá. Então digo agora. A Expo Shanghai 2010 é, como diria Ferlinghetti na tradução de um livro publicado pela L&PM há anos atrás: um parque de diversões da cabeça.

Tirando a decepção que tive com o pavilhão brasileiro, os outros me impressionaram bastante. O da Colômbia também era bem modesto, mas pelo menos tinha colombianos simpáticos e café de alta qualidade. O do México (foto ao lado) era um lindo museu interativo, com obras verdadeiras que vão de esculturas pré-colombianas a instalações que sobem pelas paredes, passando por uma pintura de Frida Khalo. Pra completar, uma loja maravilhosa com belíssimas peças de artesanato e um restaurante mexicano com taco, burritos e guaca mole. No pavilhão dos Estados Unidos, confesso, chorei vendo o vídeo de abertura. A ideia norte-americana era muito simples: três filmes em espaços diferentes, exibidos em supertelões. Todos mega produzidos, claro. O primeiro era uma espécie de making off em que diferentes americanos tentavam dizer “Nihao” – que em Chinês significa algo como “Olá, tudo bem?” – e mais outras coisas amigáveis. Depois, as portas se abriam e começava outro filme com crianças falando sobre suas soluções e invenções para um futuro melhor – e que terminava com o presidente Obama em big close dizendo “We are waiting for you in America”. Vamos combinar que ele não quer de verdade receber um bilhão e quatrocentos milhões de chineses em casa, mas ok. Por último, um vídeo que era super piegas e com o roteiro bem fraquinho, mas que teve o mérito de, literalmente, fazer chover: quando a chuva começa a cair no filme, um chuvisco acompanhado de raios, trovões e vento forte atinge a platéia. Hollywood pouca é bobagem…

O pavilhão da Itália, com vários andares, tem projeto de design de Peter Greenaway (não me perguntem porque eles chamaram um inglês, mas ele arrasou) e é o mundo maravilhoso das formas. Um espaço estupendo, exageradamente delicioso de se ver. Todas as épocas, todas as cores, todas as áreas do design estão lá em um prédio que sozinho já é um espanto de tão envolvente. No post anterior já mostrei algumas fotos do local e nesse há uma silhueta minha posando de Monalisa. Ou quase…

No próximo post falo um pouco mais sobre a Expo. E depois juro que encerro o assunto e começo a contar outras coisas. Ainda vou falar das livrarias de Xangai, de templos budistas, de feiras de quinquilharias e até do Carrefour daqui que, urgh, vende sapos e tartarugas vivas pras pessoas cozinharem em casa.