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Monalisa em dose dupla

Uma novidade anunciada pelo Museu do Prado, na Espanha, promete revolucionar o mundo das artes: uma pintura muito semelhante à Monalisa de Leonardo da Vinci foi encontrada no depósito do museu, em Barcelona, e a autoria da obra é atribuída a um dos ajudantes do pintor italiano, que provavelmente fez a cópia ao mesmo tempo em que Da Vinci pintava sua Gioconda.

A tela retrata a mesma mulher pintada por Da Vinci, com a mesma pose e o mesmo sorriso enigmático, só que mais jovem, com o rosto mais claro e roupas em cores mais vivas. Após um cuidadoso processo de restauração, foram removidas várias camadas de tinta escura do fundo do quadro, revelando uma paisagem de colinas e rios quase igual à pintura original.

A descoberta vai ajudar a entender melhor um dos quadros mais famosos do mundo, desde detalhes sobre como ele foi feito até as intervenções que o alteraram de alguma forma ao longo do tempo. Acredita-se, por exemplo, que o aspecto envelhecido da mulher representada no célebre quadro de Da Vinci pode ser resultado da ação do verniz na tela e não da vontade do pintor.

Quer saber mais sobre o quadro mais famoso do mundo? A dica é ler “Roubaram a Mona Lisa!” um livro que relata, de forma envolvente e dinâmica, o maior roubo de arte da história.

Andy Warhol, a arte e o dinheiro

Já imaginou como seria o leilão da Monalisa? E se um ricaço arrematasse o quadro e resolvesse exibi-lo apenas na sala de sua casa, para seu exclusivo deleite estético? E mais: não há seguro que compense possíveis danos a uma obra como La Gioconda, única no mundo. Portanto, ela permanece no Louvre, longe da badalação dos leilões e sem valor monetário algum. Ou seja, dependendo do ponto de vista, a Monalisa não vale nada.

Algo totalmente diferente acontece com os quadros de Andy Warhol. “Making money is art and working is art and good business is the best art”, disse ele certa vez. A regra é reproduzir, replicar, distribuir, vender. A factory não para. No leilão realizado pela Christie’s na noite desta quarta-feira, um autorretrato do pai da pop art realizado em 1964 sobre fotografias trabalhadas em variações de azul atingiu o valor mais alto do pregão: US$ 38,4 milhões – e se tornou seu autorretrato mais caro.

Mas aqui na L&PM é diferente. Chega no segundo semestre o volume Andy Warhol na Série Biografias e deve custar bem menos do que seus quadros, algo em torno de R$ 20 😉

Picasso, o imortal

Picasso se achava imortal. E não era para menos. Morreu numa madrugada quente em seu castelo de Notre Damme de La Vie, na Cote d’Azur em 8 de abril de 1973, depois de trabalhar a noite inteira. Tinha 92 anos. Faria 93 exatamente no dia 25 de outubro, quando nasceu no longínquo ano de 1881 em Málaga na Espanha.

Na verdade, ele tinha razão. Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso, dito Pablo Ruiz Picasso, é imortal.

Numa época em que as pessoas acordam célebres e dormem anônimas tal é a ferocidade da máquina de moer da mídia, Picasso conseguiu a proeza de ser uma celebridade internacional absoluta durante 60 anos, enquanto viveu, e uma lenda depois de sua morte. Nenhum pintor pintou tanto (cerca de 40 mil obras entre desenhos, litografias, esculturas, cerâmicas, telas, aquarelas e móbiles) e nenhum pintor teve um influência tão imensa e decisiva sobre a história da arte. O cubismo, criado por ele em 1907, é o marco fundador da arte contemporânea e completa a revolução iniciada pelo impressionismo no final do século XIX. Anarquista, comunista, depois liberal, Picasso deixou atrás de si quilômetros de lendas. Combateu o franquismo, resistiu ao nazismo em Paris, pintou Guernica (que junto com a Monalisa e a Santa Ceia, ambas de Da Vinci são as obras de arte mais famosas da história) e atravessou o século se renovando, inventando, indo sempre além das convenções, surpreendendo, subvertendo. O século XX foi o século de Picasso. E o século XXI segue a reverenciá-lo. (Ivan Pinheiro Machado)

A L&PM publica “Picassona série Biografias.