Morreu nesta quinta-feira, 13 de julho, Liu Xiaobo, Prêmio Nobel da Paz de 2010, autor de Não tenho inimigos, desconheço o ódio, publicado pela L&PM Editores.
Liu Xiaobo, professor, intelectual e dissidente chinês, cumpria uma pena de 11 anos de prisão por “subversão” desde 2009, depois de ter sido um dos autores de um texto que defendia a democracia na China. Ele tinha sido liberado pelas autoridades chinesas para ser tratado em um hospital.
Xiaobo se torna o primeiro Nobel da Paz a morrer privado da liberdade desde o pacifista alemão Carl von Ossietzky, que faleceu em 1938 em um hospital quando estava detido pelos nazistas.
Mais cedo, nesta quinta, o o porta-voz da diplomacia chinesa Geng Shuang negou novamente os apelos internacionais para que o opositor recebesse tratamento no exterior. Na terça-feira, o Hospital Universitário Nº1 de Shenyang (nordeste da China) informou que Liu se encontrava “em estado crítico”. De acordo com o hospital, o paciente sofreu um choque séptico, uma infecção abdominal e foi submetido à diálise.
Ativistas chineses dos direitos humanos, no entanto, questionam os boletins médicos divulgados pelas autoridades e temem uma possível manipulação das informações.
“Como as autoridades controlam todas as informações relativas ao estado de saúde de Liu Xiaobo é difícil verificar a veracidade dos comunicados publicados pelo hospital na internet”, disse à AFP Patrick Poon, diretor chinês da Anistia Internacional.
O livro publicado pela L&PM Editores é uma coletânea de textos – pela primeira vez disponíveis em português – que revela não apenas um célebre dissidente, mas o mais intelectualmente vigoroso dos dissidentes chineses. Seus ensaios sobre política chinesa contemporânea, cultura, sociedade e movimento democrático, bem como seus poemas (escritos no cárcere), são mais que um atestado de coragem; são também reflexões cristalinas e exercícios de virtuosismo linguístico. Homem à frente de seu tempo, Liu Xiaobo representa aqui o melhor do pensamento chinês, finalmente acessível aos leitores de todo o mundo.