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“A vida sexual da mulher feia”: do livro para o palco

Leia abaixo a matéria publicada no Caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo de quinta-feira, 23 de janeiro, que mostra diferenças entre o livro de Claudia Tajes e a peça estrelada por Otávio Müller:

Peça adapta livro sobre mulher que se acha feia

Por Gustavo Fioratti – de São Paulo   

“Calma! Respira, amor! Respira”, diz Mariomar.

“Se você falar ‘respira’ mais uma vez, vou te enforcar com a minha placenta!”, responde Diocleide.

A cena retrata o nascimento de Maricleide, a sofrida protagonista de “A Vida Sexual da Mulher Feia“, adaptação teatral para livro de Claudia Tajes que cumpre temporada no Teatro Folha, com Otávio Müller, travestido, no papel central.

Com diálogos que resgatam o escrache do besteirol, a peça investe em piadas que roçam preconceitos relacionados a padrões estéticos diversos. Faz rir de problemas de pele, do cabelo crespo, de seios pequenos etc.

Maricleide é desprovida de beleza desde bebê, vira assunto no bairro e na escola é vítima de bullying: “Você viu o cabelo da Maricleide? É mais grosso que o do sovaco do meu pai. Ela podia ser garota-propaganda da Assolan!”, uma colega comenta.

Em sua adaptação, a peça acentua o que há de cômico no livro de Tajes, incluindo gags criadas por Müller. “O livro é cômico, mas tem passagens mais melancólicas, com reflexões de uma mulher que não se sente vista”, diz Julia Spadaccini, que assina a adaptação. “A peça puxa para a comédia”, completa.

A opção pelo escracho resulta, por exemplo, na troca de nome da protagonista. No livro de Tajes (L&PM, 114 pág., R$ 16,90), a personagem se chama Ju.

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O livro de Claudia Tajes que inspirou a peça de mesmo nome.

“Sabíamos que era um assunto delicado, então achamos que mostrar a personagem falando sobre a própria feiura, em primeira pessoa, dava uma relativizada no assunto”, explica. “Mas para ser engraçado não dá para ter muito pudor também.”

No original publicado em 2005, Tajes, ao contrário da peça, não esmiúça a descrição física da protagonista.

Mais uma diferença, segundo Spadaccini: o livro não é linear cronologicamente, apresenta situações soltas.

O espetáculo opta por mostrar a trajetória completa da personagem, desde seu nascimento até o momento em que ela, já adulta, aceita a própria feiura, “e passa a enxergar em si mesma outras qualidades”.

A VIDA SEXUAL DA MULHER FEIA
QUANDO sex., às 21h30, sáb., às 20h e 22h, dom., às 19h30
ONDE Teatro Folha (shopping Pátio Higienópolis, av. Higienópolis, 618; tel.: (11) 3823-2323)
QUANTO de R$ 50 a R$ 70
CLASSIFICAÇÃO 14 anos

 

Adaptação do livro “A vida sexual da mulher feia”, de Claudia Tajes, estreia no teatro

Estreou na última sexta-feira (10), no Teatro Folha (SP), a comédia baseada no livro homônimo de Claudia Tajes, “A Vida Sexual da Mulher Feia”.

No palco, o ator Otávio Müller – o Djalma de “Tapas & Beijos” (Globo), se transforma em Maricleide, a feia, e conta a sua sofrida história de vida.

Maricleide já nasce feia. Os parentes, que vão conhecê-la no berçário, não conseguem disfarçar o susto que levam ao ver o seu rostinho. “Todo o bebê nasce com cara de joelho”, argumenta a mãe. “Mas essa nasceu com cara de bunda!”, retruca um tio mais grosseiro.

Assista a um trecho da peça e uma entrevista com o Müller onde ele conta como teve a ideia de transformar o livro de Claudia Tajes em peça:

O ator usa poucos recursos visuais, como alguns vestidos e perucas, que troca em cena aberta mesmo, sem nenhuma maquiagem, e interpreta todos os personagens que envolvem o universo de Maricleide.

Com muita agilidade e ritmo, ele próprio faz a mãe, o pai, o tio, o filho do porteiro, o trocador de ônibus e a divertida e desbocada amiga com quem a protagonista divide apartamento. Com algumas projeções ao fundo do palco e intervenções oportunas da sonoplastia, Otávio narra e vive ao mesmo tempo toda a saga de Maricleide.

Com adaptação de Julia Spadaccini e direção do próprio Otávio Müller, “A Vida Sexual da Mulher Feia” tem temporada programada no Teatro Folha (Shopping Pátio Higienópolis – SP) até 02 de março.

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Claudia Tajes na estreia da peça baseada em seu livro

 

A “mulher feia” de Claudia Tajes vai ao teatro em janeiro

A peça A vida sexual da mulher feia, uma adaptação do livro homônimo de Claudia Tajes, estreia no Teatro Folha, em São Paulo, no dia 10 de janeiro de 2014. A história é uma saborosa crítica à ditadura da beleza e, nesta adaptação de Julia Spadaccini, virou um monólogo cômico dirigido e protagonizado pelo ator Otávio Müller. No palco, a protagonista do livro – a horrorosa Jucianara – virou Maricleide e, pela foto de divulgação, dá para perceber que Otávio pretende investir no lado engraçado e mais caricato da personagem.

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O Teatro Folha fica no Shopping Pátio Higienópolis e a temporada vai de 10 de janeiro a 2 de março, com sessões às sextas (às 21h30), sábados (duas apresentações, às 20h e 22h) e domingos (às 19h30), com ingressos entre R$ 50 e R$ 70.