Com a renúncia do Papa Bento XVI, os casos de violações de direitos humanos, acobertadas pelo Vaticano durante décadas (ou séculos) voltaram a ser assunto recorrente na mídia. Neste final de semana, um importante jornal britânico publicou matéria em que três padres e um ex-padre apresentaram queixas ao Vaticano alegando que, quando eram seminaristas, foram molestados pelo cardeal Keith O’Brien – homem mais importante da Igreja Católica na Grã Bretanha. Os quatro dizem que O’Brien teve relações “inapropriadas” com eles quando era responsável por uma diocese há cerca de 30 anos atrás.
Casos como estes são relatados no livro O Papa é culpado? (L&PM Editores), do jurista britânico Geoffrey Robertson, em que o autor mostra o lado sombrio da Igreja a partir de casos reais e depoimentos de envolvidos, tentando mostrar que ninguém, nem mesmo o mais alto representante de Deus – no caso o Papa -, está acima da Lei.
Apesar de contestar as acusações divulgadas, o cardeal O’Brien, de 74 anos, renunciou ao cargo de arcebispo de Saint Andrews e Edinburgh, deixando o Reino Unido sem representante no conclave de cardeais que vai eleger o sucessor do papa Bento XVI.