Domingo de sol em Paris. Se a cidade tem uma aparência preguiçosa e domingueira nos bairros residenciais, na Avenida Champs-Élysées ninguém está para brincadeira. As grandes lojas estão abertas para as hordas de turistas. E, no coração da avenida, está a principal loja parisiense da Louis Vuitton, a campeã do luxo, com as bolsas e as malas mais caras e mais imitadas do mundo. De todas as megas lojas da Champs-Élysées, só a Louis Vuitton tem fila: turistas, predominantemente japoneses, aguardam disciplinadamente a sua vez de gastar uma fortuna. E ficam lá ao relento, chova ou faça sol, sem sequer um cafezinho. O segredo de tanto sucesso talvez esteja também no fato de que a Louis Vuitton contraria todas as teses. Quanto mais é copiada, pirateada, falsificada, mais a marca é valorizada. Inclusive num ato de extremo bom humor ela brinca com os piratas ao içar, no alto do mastro da sua principal loja mundial, uma bandeira com a caveira e as duas tíbias. Na loja, depois de uma espera média que vai de 30 minutos a uma hora, você pode comprar uma bolsa relativamente simples por 500 euros. A poucas quadras dali, orientais vendem as bolsas frias por 50 euros. Mas não tem filas.
Paris II: “Piratas, por favor, copiem”
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