O livro de bolso surgiu nos EUA no começo do século XX e teve sua consagração exatamente no pior momento da economia americana. Foi depois da quebra do país em 1929 que os livros baratos passaram a ser a grande opção de leitura. Com o tempo, os “pocket books” tornaram-se uma alternativa para enormes tiragens de livros de sucesso. Seis meses após o lançamento de um livro em capa dura ou “soft cover” em formato convencional, o pocket era lançado com preços entre 50 e 60% menores do que as edições originais. Na Europa, o fenômeno foi bem visível logo após a guerra. As grandes editoras inglesas, alemãs, francesas e espanholas criaram coleções que, em pouco tempo, se transformaram em verdadeira referência cultural. Ao contrário dos EUA, o livro de bolso europeu foi o veículo que fixou os grandes textos clássicos internacionais. Com o tempo, estas coleções passaram a incluir também autores modernos. Hoje, com a forte crise econômica que atravessa a Europa e, depois da crise que assolou os EUA em 2008, os livros de bolso cresceram a ponto de abocanhar quase 50% do mercado. Atualmente em Paris, por exemplo, os livros de bolso têm exposição privilegiada nas livrarias. Saíram dos “displays” escondidos no fundo da loja e estão nas vitrines, nas principais gôndolas ao lado dos grandes lançamentos da estação. O que não se via num passado muito recente. Na Feira do Livro de Frankfurt 2012, muitos dos principais editores constatavam esta realidade. O pocket é o caminho para manter altas as vendas em época de crise. Afinal, os grandes lançamentos em poucos meses são editados em bolso e vendidos por menos da metade do preço do livro convencional. E, em muitos casos, há livros que – a exemplo da coleção L&PM POCKET – são lançados originalmente já no fomato bolso. (Ivan Pinheiro Machado)
O livro de bolso contra a crise
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