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A filosofia de Bertrand Russell

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As principais preocupações de Bertrand Russell quando jovem eram o sexo, a religião e a matemática – tudo na esfera teórica. Em sua longa vida (ele morreu em 1970 aos 97 anos), ele acabou sendo controverso em relação ao primeiro item, atacou o segundo e fez contribuições importantes para o terceiro.

As visões de Russell sobre o sexo causaram-lhe problemas. Em 1929, ele publicou “Casamento e moral”, livro no qual questionou as visões cristãs sobre a importância de ser fiel ao parceiro. ele não concordava com a fidelidade. Muitas pessoas torceram o nariz na época. Não que isso incomodasse Russell. (…)

Ele foi igualmente franco e provocador em relação à religião. Para Russell, não havia nenhuma chance de Deus intervir para salvar a humanidade: nossa única chance consiste em usarmos o poder da razão. Segundo ele, as pessoas eram atraídas pela religião porque tinham medo de morrer. A religião as confortava. Era muito reconfortante acreditar na existência de um Deus que puniria as pessoas más, mesmo que se livrassem de um assassinato e de coisas piores na Terra. Mas isso não é verdade. Deus não existe. E a religião quase sempre produziu mais miséria do que felicidade. Russell reconhecia que o budismo era diferente de todas as outras religiões, mas o cristianismo, o islamismo, o judaísmo e o hinduísmo tinham de se responsabilizar por muita coisa. No decorrer da história, tais religiões foram a causa de guerras, ódio e sofrimento. Milhões de pessoas morreram por causa delas.

(trecho de Uma breve história da filosofia de Nigel Warburton)

Leia mais sobre o pensamento e o legado filosófico de Bertrand Russell em Ensaios céticos, Por que não sou cristão e No que acredito da Coleção L&PM Pocket.