Arquivo da tag: Porto Alegre

Táxis viram bibliotecas em Porto Alegre

O passageiro entra em um táxi e encontra livros que podem ser lidos durante a viagem ou levados para casa e depois devolvidos em outro táxi. Esta é a ideia do Bibliotáxi Poa, projeto que foi lançado oficialmente na manhã desta quinta-feira, 24 de setembro, em Porto Alegre.

Os livros ficam nos bolsões customizados, localizados no encosto do banco dianteiro. O Bibliotáxi Poa também incentiva as doações de livros, ampliando ainda mais a dimensão dessa biblioteca colaborativa.

BIBLIOTAXI

Todos os táxis que receberam os livros trabalham com o aplicativo Easy Taxi que é um dos parceiros deste projeto junto com a Secretaria da Cultura de Porto Alegre, Conselho Municipal do Livro e da Literatura, Shopping Total, Livraria Cameron, Rádio Farroupilha e Banco de Livros da Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais. O projeto tem duração prevista de um ano.

Bibliotaxi_Porto Alegre

O card de divulgação do projeto

Era uma vez um Dia Mundial do Livro…

Foram 100 livros da Coleção 64 Páginas “escondidos” em locais públicos de Porto Alegre, São Paulo, Salvador e Recife e mais dez presenteados em uma promoção feita nas nossas redes sociais. Além disso, adesivos foram distribuídos em lojas da Livraria Cultura de Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. Tudo isso ontem, 23 de abril, em comemoração ao Dia Mundial do Livro. Na L&PM WebTV há um vídeo com algumas cenas reais de pessoas encontrando os livros. Clique aqui e assista.

Em Porto Alegre 
Os livros foram deixados em diversos lugares da cidade como Parque Moinhos de Vento, Parque da Redenção, Praça da Encol, Mercado Público, universidades, bancos de ônibus e telefones públicos. “Comunico que encontrei O Retrato do Gogol, na Praça Carlos Arnt (Encol) esq. Renato Almeida sobre uma das mesas com tabuleiro de Xadrez, quando retornava para casa após a minha caminhada diária. Obrigado e parabéns pela iniciativa.” dizia o email de Marco Floriano.

"O retrato" espera por alguém na mesa de uma praça em Porto Alegre

Em São Paulo 
Estações de metrô, galerias, praças, shoppings, museus, cafeterias e até o aeroporto de Congonhas foram alguns dos locais escolhidos para deixar os livros perdidos em São Paulo. “Estou informando que encontrei o livro ‘’Tchékhov’. A Corista e outras histórias no Metrô Praça da Árvore. Obrigada” informa o email de Maria da Paz que chegou até nós.

Bukowski esperando para ser encontrado em um banco do aeroporto de Congonhas

Em Recife
Os pernambucanos encontraram livros perdidos nos bancos e estações de metrô, em shoppings como o Tacaruna e por diferentes ruas e esquinas de Recife. “Olá, entrei no caixa eletrônico do shopping e, que surpresa! Havia um livro me esperando lá dentro! Adorei. Muito obrigada e parabéns!” escreveu a empolgada Marisa Carneiro de Recife.

Mais um Gogol esperando para ser encontrado

Em Salvador
Na capital baiana, foram encontrados livros em paradas de ônibus, shoppings centers, praças e até na areia da praia. “Encontrei o livro ‘O gato do Brasil’ de Arthur Conan Doyle num banco do Shopping Salvador. Li a mensagem no adesivo e fiquei com o livro para mim, pois adoro ler. Parabenizo a vocês pela idéia e agradeço o inesperado presente.” disse Silvana Leite em seu email. (Ainda não recebemos fotos de Salvador, assim que elas chegarem, colocaremos por aqui).

Coleção L&PM Pocket é uma das 115 razões para amar Porto Alegre

Uma edição especial encartada na Revista Veja desta semana, 14 de novembro, apresenta uma lista com as 115 razões para amar a cidade de Porto Alegre. Há parques, personalidades, recantos, refúgios, restaurantes, centros culturais, museus e até escritores nascidos na capital gaúcha como Moacyr Scliar, Caio Fernando Abreu, Martha Medeiros e Luiz Antonio de Assis Brasil. E, para nossa surpresa, entre os adoráveis motivos, estão também os pockets da L&PM:

Nas páginas da edição especial de Veja: nascida em Porto Alegre, a Coleção L&PM Pocket está no Brasil inteiro

49. A arte literária de Iberê Camargo

Em outubro, o “Era uma vez… uma editora” será dedicado a relembrar alguns livros que marcaram não apenas a nossa memória, como toda uma época. São obras que atualmente estão esgotadas, mas que permanecem na lembrança, no imaginário e na prateleira de muita gente. O escolhido de hoje é “No andar no tempo”, de Iberê Camargo.  Iberê era amigo de Ivan Pinheiro Machado* que, além de editor da L&PM, também é artista plástico. Ivan poderia contar melhor esta história, mas como no momento ele está na Alemanha, onde amanhã tem início a Feira Internacional do Livro de Frankfurt, vamos nos limitar a falar do livro.

Era Outono de 1988 quando mais uma obra de Iberê Camargo foi concluída. Desta vez, no entanto, sua arte não estava impressa na tela, mas em um livro publicado pela L&PM Editores. No andar do tempo ­– 9 contos e um esboço autobiográfico era o nome da obra que, em pouco mais de 100 páginas, trazia além do que o título prometia, mais dez ilustrações do pintor gaúcho de renome internacional (duas delas estão logo abaixo).

Os cinco primeiros textos de No andar do tempo, escritos na década de 80, eram marcados pela ironia e segundo escreveu o jornalista Antonio Hohfeldt na orelha do livro “Atingem certa dimensão metafísica por trás da brincadeira aparente”. “Ao fazer a barba pela manhã, vejo pelo espelho um mosquito pousado na parede do banheiro, às minhas costas. É apenas um traço vertical, minúsculo risco a creiom, na alvura vítrea do azulejo. Vou aniquilá-lo, penso comigo, com um golpe de toalha. Concedo-te a vida somente o tempo que necessito para fazer a barba. Devo usar a lâmina com cuidado, devagar, para não cortar o lábio superior já chupado pela idade. Torno a fitar o mosquito. Ele continua imóvel na imagem do espelho, à espera, sem o saber, de sua morte, como todos os viventes.” escreveu Iberê em “O mosquito”, conto que abre o livro.

Há outros quatro contos escritos por Iberê na década de 1950. Mais densos e dramáticos do que os primeiros, eles às vezes trazem os mesmo elementos de suas pinturas, como mostra um trecho de “O relógio”: “Sobre a enxada enrola-se estranha serpente: um suspensório. Ele o desenlaça e com a arte o estende por terra, desenhando um ipsilone. Encontra também um soldadinho de chumbo com a perna quebrada, uma cornetinha e carretéis…”

Já em “Um esboço autobiográfico”, que fecha o livro, Iberê Camargo conta desde seu nascimento: “Nasci em 18 de novembro de 1914, no Rio Grande do Sul, em Restinga Seca, onde meu pai era o agente da Estação da Viação Férrea” até sua visão de mundo: “Vejo o mundo ameaçado pela insanidade. Em 1984, em Porto Alegre, pintei um cartaz de rua que dilacerou na chuva e no vento, e escrevi um texto em solidariedade àqueles que se opõem ao holocausto nuclear. É preciso criar no Brasil uma consciência ecológica. Talvez um partido. Tenho sempre presente que a renovação é uma condição da vida. Nunca me satisfaz o que faço. Vejo nisso um estímulo permanente à criação. Ainda sou um homem à caminho.”

Este era Iberê Camargo. Eternizado em palavras e pinturas.

* Toda terça-feira, o editor Ivan Pinheiro Machado resgata histórias que aconteceram em mais de três décadas de L&PM. Este é o quadragésimo nono post da Série “Era uma vez… uma editora“.

47. Ideias e aventuras: o primeiro site de editora do Brasil

Por Ivan Pinheiro Machado*

Você consegue imaginar a cidade de Porto Alegre com apenas 450 pessoas conectadas à internet? Pois um dia foi assim. Você, jovem leitor, tente imaginar um mundo com pouco mais de 400 internautas, sem Facebook, Twitter, MSN, Orkut, Youtube, Google e sem iPhone, iTunes, iPad e outras invenções correlatas. Era um tempo onde Steve Jobs tinha problemas sérios de grana e nem ele, nem Bill Gates mandavam na Internet. Aliás, eles nem sequer estavam na Internet.

O “cara” era o velho “Netscape” que, durante uns poucos anos, foi soberano: o único programa de acesso a web e e-mails. Até ser atropelado pela turma do Bill e pela trupe do Steve que, por sua vez, atropelou todo o mundo. Tudo isso aconteceu no período paleolítico, 1995 para ser mais preciso. Alguém leu sobre as possibilidades remotas e futuras da internet aqui na L&PM. Ficamos maravilhados com a oportunidade de sermos lidos em computadores de qualquer lugar do mundo. Uma mágica que, naquela época, poucos acreditavam ser possível. O Renato Kling, nosso consultor de informática, trabalhava também para a PROCERGS, empresa pertecente ao Estado do RS que cuidava de toda a parte técnica dos sistemas de informática do Governo gaúcho. Fizemos contato com diretora da estatal, Marli Nunes Vieira, e depois de muitas reuniões foi estabelecida uma parceria com a empresa para colocar no ar o site inaugural da L&PM. Que seria o primeiro site de uma empresa no Rio Grande do Sul e o primeiro site de uma editora no Brasil.

Cabe, como curiosidade, contar rapidamente como eram feitas as coisas na internet, no tempo em que os bichos falavam. Já foi dito que seria a primeira página feita pela PROCERGS. Havia a teoria e nenhuma prática. A ideia era colocar todo o catálogo da L&PM Editores na Internet, com capa, sinopse e preço. Eram 2.000 títulos. E haveria uma busca simples, por título e por autor, a única disponível naquela época. O processo de trabalho: escanearíamos as 2.000 capas e faríamos 2.000 sinopses.

Para transportar dados só havia o velho disquete, lembram dele? Eles suportavam 1,44 mb, ou seja, duas capas escaneadas em média resolução ou 50 sinopses de 2 laudas cada. Foram seis meses de trabalho. Lembro do dia em que levamos o material para a PROCERGS. A Jó Saldanha, que havia operado toda a logística de escaneamento de capas e sinopses, o Renato Kling e eu, fizemos duas viagens de carro até o local de entrega, para transportar as seis enormes caixas de papelão com mais de mil disquetes… E assim, no final do ano de 1995, a página pioneira da L&PM foi lançada. A esta altura, vale dizer, o número de internautas já tinha quadriplicado. Em 2011 já não são 450 internautas. São milhões de pessoas conectadas, dependentes, interligadas, transformando a internet no mais corriqueiro meio de comunicação e informação. De lá para cá, assim como a web mudou, a L&PM cresceu. Tornou-se protagonista da única grande revolução que aconteceu no mercado editorial brasileiros nos últimos 20 anos: a implantação do livro de bolso como um hábito do brasileiro. Foram 20 milhões de livros de bolso vendidos nos últimos 14 anos. E aprofundou a sua participação na Web. Hoje temos todos os recursos de interatividade e mais uma WEB TV exclusivamente para prestar serviço aos nossos leitores. Um dia, há muito tempo, quando fizemos 10 anos, no final da ditadura militar, nós inventamos um slogam que dizia assim: “L&PM Editores: 10 anos de idéias e aventuras.” E é isso que nos move até hoje. Idéias novas e a aventura de colocá-las em prática. E sempre a mesma emoção, o mesmo risco e a esperança de que, no fim, tudo vai dar certo.

* Toda terça-feira, o editor Ivan Pinheiro Machado resgata histórias que aconteceram em mais de três décadas de L&PM. Este é o quadragésimo sétimo post da Série “Era uma vez… uma editora“.

29. “Revista Oitenta”: histórias do jornalismo utópico

Por Ivan Pinheiro Machado*

A Revista OITENTA foi uma publicação cultural da L&PM Editores que circulou nacionalmente entre o final da década de 70 e meados da década de 80. Inspirada num clássico da época – a Granta Magazine inglesa – tinha cara de livro e edição de revista. Os ensaios, artigos, entrevistas, resenhas de livros, quadrinhos publicados na Oitenta, traziam a marca do novo, do revolucionário, do singular. Sua presença foi marcante e aqueles que a conheceram não esquecem. Foram 9 volumes. O primeiro foi lançado em setembro de 1979 e o último em setembro de 1984.

Quando concebemos o projeto e o nome, tínhamos a intenção de celebrar a nova década que, segundo se previa, seria a década da ressurreição do país; democracia, liberdade, progresso social e econômico. Os anos 70 terminavam sem deixar saudades. O país preparava-se para mudar. José Antonio Pinheiro Machado, meu irmão, morava em Roma naquela época. Ele era o entusiasta principal do projeto da revista-livro. E numa longa e intensa troca de cartas, nós fizemos o projeto, a pauta e colocamos de pé o primeiro número em setembro de 1979.

Tal foi a repercussão do primeiro volume, que decidimos comemorar o lançamento do volume 2 com uma grande festa de réveillon. Durante muito anos, setores da  inteligentzia portoalegrense relembrariam o fantástico réveillon “Revista 80”, realizado no inesquecível bar “Doce Vida”, na rua da República, primeiro boteco-ícone do bairro Cidade Baixa de Porto Alegre, hoje a meca da boemia local. Neste copioso réveillon, foram destruídos casamentos sólidos, foram bebidas mais de 2 mil garrafas de cerveja, 600 garrafas de champanhe e, às 10 horas da manhã, ainda se comemorava a entrada da nova década que, certamente, seria a porta dourada do futuro. Nosso e do país.

Pela revista OITENTA passaram todos os grandes intelectuais da época. Aquela que Millôr considerava sua melhor entrevista foi publicada em Oitenta. Fellini, Josué Guimarães, Woody Allen, Simenon e muitos outros falaram para a OITENTA. Umberto Eco pré-Nome da Rosa, estreou no Brasil, via Revista OITENTA. Éramos 6 editores, o José Antonio Pinheiro Machado, o Paulo de Almeida Lima, o José Onofre, o Eduardo “Peninha” Bueno, o Jorge Polydoro e eu.

Os seis primeiros volumes da Revista Oitenta

A revista acabou, como tudo acaba. A utopia de uma publicação ousada e eminentemente cultural, sustentada somente pelo leitor, naufragou com o fim das ilusões. As nossas vidas e o país mudaram. Veio a democratização e o que se viu foi um país destroçado pelo projeto fracassado da ditadura. O começo da década que nós celebramos numa festa sem fim naquele réveillon de 1980 foi o contrário do que imaginávamos. A tão sonhada década de ouro virou historicamente a famosa “década perdida”. Inflação, hiper-inflação, corrupção, foram as marcas da volta do país à democracia. O presidente Tancredo, no qual o Brasil acreditava, adoeceu antes da posse. E nós herdamos a era Sarney. E como se não bastasse, ainda teríamos Collor no réveillon de 1990…

*Toda terça-feira, o editor Ivan Pinheiro Machado resgata histórias que aconteceram em mais de três décadas de L&PM. Este é o vigésimo nono post da Série “Era uma vez… uma editora“.

Peter Pan em superproduções

Peter Pan, Wendy, Capitão Gancho e Sininho parecem não envelhecer mesmo nunca. Tanto é assim que, entra ano, sai ano, algum novo espetáculo, filme ou minissérie surge para dar nova vida ao texto de J. M. Barrie (Coleção L&PM POCKET). Entre eles está um mega musical que estreou no ano passado em São Paulo, passou por várias capitais do país e agora chega ao sul do Brasil. “Peter Pan – The Broadway Musical” é realmente um show ao estilo da Times Square com direito a imagens em 3D, 10 toneladas de equipamentos, 27 atores, 180 figurinos, 4 cenários giratórios e 15 trocas de palco. Um espetáculo pirotécnico com produção da Black & Red que, desde 2003, vem adaptando clássicos infantojuvenis para quem gosta de ver a Broadway em solo nacional. Dias 29 e 30 de abril e 01 de maio acontecem apresentações no Salão de Atos da UFRGS em Porto Alegre. E nos dias 7 e 8 de maio será a vez de Florianópolis.

Já nos EUA, onde Peter Pan é sucesso de bilheteria garantido, há a opção de assistir “Peter Pan, o musical”, em Chicago, numa temporada que vai de 29 de abril a 19 de junho.

E para quem não se contenta só em assistir e também quer participar, atenção: há uns 15 dias atrás, o produtor da Broadway Tom McCoy anunciou que fará a formação do elenco pelo Youtube para “Peter Pan” estrelado por Cathy Rigby. As audições em vídeo podem ser enviadas até o dia 01 de maio para os papéis (não dançantes) de: Wendy, John, Michael e Smee. Além de estar concorrendo a um papel, aquele que tiver o vídeo mais acessado no Youtube ganhará quatro entradas para ver Peter Pan no Madison Square Garden, um encontro com Cathy Rigby nos bastidores e a oportunidade única na vida de voar com a Cathy pelo palco. Em http://www.peterpancasting.com é possível obter mais informações de como participar. E se você quiser ver alguns que já foram postados, basta colocar no Youtube “Peter Pan Casting Vídeo”.