Acaba de ser divulgado, em Lisboa, que o grande vencedor do Prêmio Camões deste ano é Dalton Trevisan. Este é o maior prêmio literário em língua portuguesa e Trevisan receberá por ele o valor de cem mil euros. O júri da 24ª edição do Prêmio Camões foi constituído por Rosa Martelo, professora associada da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Abel Barros Baptista, professor associado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; a poeta angolana Ana Paula Tavares; o historiador e escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho; Alcir Pécora, professor da Universidade de Campinas e o crítico, ensaísta e escritor brasileiro Silviano Santiago.
O Prêmio Camões foi instituído por Portugal e Brasil em 1989 e a escolha recai sobre a obra que contribui para a projeção e reconhecimento da língua portuguesa. “A escolha de Dalton Trevisan foi unânime. Houve uma discussão maravilhosa entre os membros do júri de cerca de duas horas e depois chegamos a essa decisão consensual”, afirmou Santiago em nota divulgada pela Fundação Biblioteca Nacional, responsável pelo prêmio no Brasil. “Primeiramente, pela contribuição extraordinária de Dalton Trevisan para a arte do conto, em particular para o enriquecimento de uma tradição que vem de Machado de Assis, no Brasil, de Edgar Allan Poe, nos EUA, e de Borges, na Argentina.”
Nascido em Curitiba em 14 de junho de 1925, Dalton Trevisan é autor de uma extensa obra em que destacam-se Cemitério de Elefantes (Civilização Brasileira, 1964), Vampiro de Curitiba (Civilização Brasileira, 1965), A Trombeta do Anjo Vingador (Record, 1977) e A faca no coração (Record, 1975). Pela L&PM, publicou os livros 111 Ais, 99 corruíras, Continhos galantes, Duzentos Ladrões, A gorda do Tiki Bar, Mirinha e Nem te conto, João.
Recluso, o escritor não se deixa fotografar há anos e só fala com poucos amigos. Fato que é conhecido não apenas no Brasil, mas também em Portugal como bem mostra a matéria divulgada hoje em terras lusitanas:
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