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14 de julho de 1789: o início de novos tempos

14 de julho é uma data emblemática da história da humanidade. Foi na madrugada de 13 para 14 de julho de 1789 que um grupo de cidadãos parisienses, inconformados com a fome e culpando a monarquia por todos os seus males, invadiu aquela que era o símbolo do autoritarismo político daqueles tempos: a prisão da Bastilha. Em poucas horas, a cidade de Paris foi tomada pela revolta e a enorme fortaleza foi incendiada, simbolizando o começo de novos tempos. A Queda da Bastilha pode ser considerado o acontecimento mais importante da história ocidental, pois a partir dele tudo mudou.

As quase 500 páginas que compõe os dois volumes de Revolução Francesa, de Max Gallo, são um marco na imensa historiografia disponível sobre este assunto. No primeiro volume, O Povo e o rei – 1774 -1793, Gallo compõe o retrato da França pré-revolucionária, esculpe com rara habilidade as causas e o ambiente social que propiciou a revolta de 1789 e, sobretudo, concentra-se na figura patética de Luís XVI e os “luíses” que o precederam, Luís XIV e Luís XV. Ainda neste primeiro volume, ele narra a Queda da Bastilha e, em seguida, a “febre revolucionária” que tomou conta da França.

O leitor acompanha, como numa reportagem, um filme ou um folhetim, a agonia do prestígio do rei e da monarquia, que culmina na manhã gelada de 21 de janeiro de 1793 quando Luís XVI sobe ao cadafalso para ser guilhotinado. Aí então, como Gallo diz, “seu corpo será cortado em dois, e assim será separado o corpo do rei do da nação”. Ou seja, o rei não morreria pela vontade do povo, mas a recém proclamada República ainda era frágil e era preciso “matar” a monarquia que o bom e exitante Luís XVI representava.

Queremos!

Este é o grito que atravessa a inflamada noite de 13 para 14 de julho de 1789. Na aurora já sufocante, bandos correm às ruas. Os homens vão armados de ganchos, lanças, fuzis. Alguns estão “quase nus”. “Vil populacho” murmuram os burgueses.

Grupos se formam diante das portas das casas abastadas, dos inimigos da nação e, portanto, do Terceiro Estado.

Exige-se que as portas sejam abertas:
– Queremos bebida, comida, dinheiro, armas.
À noite, são pilhados os depósitos de armas e armaduras de coleção. Brandem-se sabres, facões, lanças.

Mas o que querem são armas de guerra.

(Revolução Francesa Vol. I, Max Gallo – Trecho que abre o capítulo 16)

Os dois volumes de Revolução Francesa, de Max Gallo, são vendidos separadamente ou em uma caixa especial em dois formatos: convencional e pocket.

“A Revolução Francesa”: um livro para entender o 14 de julho

Por Ivan Pinheiro Machado

Hoje é 14 de julho. Data emblemática da história da humanidade. Neste dia, há 222 anos, um grupo de cidadãos parisienses inconformados com a fome e a monarquia invadiu aquela que era o símbolo do autoritarismo político daqueles tempos: a prisão da Bastilha. Em poucas horas estava revoltada a cidade de Paris e a enorme fortaleza foi incendiada, simbolizando o começo de novos tempos. A Queda da Bastilha é considerado o acontecimento mais importante da história ocidental. Ele retoma o conceito de liberdade e democracia e, se foi turbulento nos seus primeiros anos, o processo revolucionário francês mostrou à humanidade um novo caminho a seguir, com a valorização do homem sobre todas as coisas.

As 694 páginas que compõe os dois volumes de Revolução Francesa, de Max Gallo, são um marco na imensa historiografia disponível sobre o movimento político e revolucionário mais importante dos tempos modernos.

No primeiro volume, O Povo e o rei – 1774 -1793, Gallo compõe o retrato da França pré-revolucionária, esculpe com rara habilidade as causas e o ambiente social que propiciou a revolta de 1789 e, sobretudo, concentra-se na figura patética de Luís XVI e os “luíses” que o precederam, Luís XIV e Luís XV. Ainda neste primeiro volume, ele narra a Queda da Bastilha e, em seguida, a “febre revolucionária” que tomou conta da França.

O leitor acompanha, como numa reportagem, um filme ou um folhetim, a agonia do prestígio do rei e da monarquia, que culmina na manhã gelada de 21 de janeiro de 1793 quando Luís XVI sobe ao cadafalso para ser guilhotinado. Aí então, como Gallo diz, “seu corpo será cortado em dois, e assim será separado o corpo do rei do da nação”. Ou seja, o rei não morreria pela vontade do povo, mas a recém proclamada República ainda era frágil e era preciso “matar” a monarquia que o bom e exitante Luís XVI representava.

Queremos!

Este é o grito que atravessa a inflamada noite de 13 para 14 de julho de 1789. Na aurora já sufocante, bandos correm às ruas. Os homens vão armados de ganchos, lanças, fuzis. Alguns estão “quase nus”. “Vil populacho” murmuram os burgueses.

Grupos se formam diante das portas das casas abastadas, dos inimigos da nação e, portanto, do Terceiro Estado.

Exige-se que as portas sejam abertas:

– Queremos bebida, comida, dinheiro, armas.

À noite, são pilhados os depósitos de armas e armaduras de coleção. Brandem-se sabres, facões, lanças.

Mas o que querem são armas de guerra.

(Revolução Francesa Vol. I, Max Gallo – Trecho que abre o capítulo 16)

Massacre du marquis de Pellepont, le 14 juillet 1789 - La Bastille - Musée Carnavalet

De Max Gallo, a L&PM também publica A Revolução Francesa Vol. 2 – Às armas, cidadãos (1793-1799). Leia uma entrevista exclusiva com o autor.