Além de estar em Os filhos dos dias, de Eduardo Galeano, o genial Albert Einstein é um dos títulos da Série Biografias L&PM
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Até tu, Brutus?
No dia 15 de março de 44 a.C., Júlio César foi morto no senado romano, apunhalado por cerca de 60 senadores, entre eles seu protegido Marco Júnio Bruto. Jurista, escritor, político, general, descendente da deusa Vênus, amante de Cleópatra, Caio Júlio César foi um líder brilhante. Cultivou, ao mesmo tempo, o cinismo e a clemência, a crueldade e a cortesia, a hipocrisia e a civilidade, a esperteza e a sinceridade, a modéstia e o orgulho. A versão mais popular para suas últimas palavras é “Até tu, Brutus?”, mas que, na verdade, foi uma frase criada por Shakespeare para sua peça Júlio César. Atualmente, sabe-se a derradeira frase de César foi pronunciada em grego: “Até tu, meu menino?”, como bem mostra o trecho de Júlio César, livro da série Biografias L&PM:
Nesse instante, Túlio pega a toga de César com as duas mãos e descobre-lhe os ombros, o que para os conjurados é o sinal de ataque. Casca, que se encontra atrás de César, saca o punhal e desfere-lhe o primeiro golpe junto ao ombro, mas o ferimento é superficial. A mão de Casca certamente tremeu. César pega imediatamente o punho da rama que acaba de golpeá-lo e exclama em latim: “Pérfido Casca, que fazes?”, e Casca grita em grego: “Meu irmão, socorro!”. Os senadores, que em sua maioria não fazem parte do complô, são tomados de horror ante esse espetáculo, levantam-se tão trêmulos e pasmos que não pensam sequer em fugir, nem em acudir para defender César dos agressores, nem mesmo em protestar. Impotentes e imóveis, assistem à sequência e vêem César cercado de conjurados armados de punhais e facas que o golpeiam nos olhos e no rosto. César defende-se, diz Plutarco, “como um animal feroz encurralado por caçadores e tenta afastar essas mãos armadas”. Todos, é fato, querem desferir um golpe para provar que participaram desse assassinato de modo pessoal e eficaz. Nesse momento, todos consideram César uma vítima maléfica que deve ser sacrificada para que viva a República. São tão numerosos e acham-se tão amontoados que acabam, como tubarões, despedaçando a presa, por se ferir mutuamente, logo cobrindo-se de sangue. Bruto, que se aproxima de César, tem a mão ferida, mas pode ainda desferir contra seu protetor, contra seu pai adotivo, o golpe de misericórdia, apunhalando-o na virilha. Ao vê-lo, César exclama, não em latim, como sempre se pensou, mas em grego, segundo numerosos testemunhos: “Até tu, meu menino?” (e não meu filho, como é admitido), testemunhando sua trágica incredulidade. É então que, diante da última traição, César abandona a luta, cobre o rosto com uma aba da toga e entrega-se às lâminas dos assassinos que acabam por transpassa seu corpo sem vida.
Modigliani no Rio
A exposição Modigliani: imagens de uma vida acaba de chegar ao Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e já é reconhecida como a maior mostra do pintor italiano que o Brasil já viu. A curadoria é assinada por Christian Parisot, autor do volume Modigliani na Série Biografias L&PM e presidente do Modigliani Institut Archives Légalés Paris-Roma, que organiza o Momento Itália-Brasil com cerca de 200 eventos programados até junho de 2012.
Estão à disposição do público no Museu Nacional de Belas Artes cerca de 230 itens, entre eles 12 pinturas e cinco esculturas, que tentam refazer os caminhos do olhar de Modigliani e suas influências a fim de apresentar o perfil do artista que tanto se dedicou aos retratos. Segundo Parisot, foram selecionados para a mostra os documentos mais importantes do arquivo Modigliani, em Roma, a fim de possibilitar três abordagens da carreira: o período em que viveu entre Livorno, onde nasceu, e Sardenha, passando pela estadia entre Florença e Veneza, até chegar à França.
Depois de dois meses em Vitória, no Espírito Santo, a exposição Modigliani – Imagens de Uma Vida fica no Museu Nacional de Belas Artes e até março e segue, em abril, para o Masp, cujo acervo conta com 6 retratos do artista, inclusive o mais valioso de todos: seu único autorretrato, de 1911, propriedade de um colecionador brasileiro.
O pequeno grande Rimbaud
Era 20 de outubro de 1854 quando Vitalie Rimbaud pariu seu segundo filho, o qual batizaria de Jean-Nicolas Arthur Rimbaud. O menino, que ficaria conhecido simplesmente como Arthur Rimbaud, nasceu de forma pouco poética, na cidade de Charleville, nas Ardenas francesas, mais precisamente na Rue Napoleón, número 12. Filho de uma mãe católica fervorosa e de um pai ausente, soldado do exército francês, Arthur já demostraria em sua infância que era diferente dos outros:
Ao longo das páginas de seus cadernos, ele também esboça toda uma série de desenhos à tinta aos quais acrescenta comentários cômicos e legendas melodramáticas. Por exemplo, um garoto puxando um carrinho com uma garotinha dentro, duas meninas ajoelhadas em um genuflexório, como se assistissem a algum ofício religioso, um barquinho no qual se encontram dois rapazotes com os braços erguidos gritando “Socorro! Vamos afundar!”… Ou ainda uma cena que batiza de Le Siège [O cerco] e que representa um homem, uma mulher e dois meninos lançando projéteis sobre pessoas na rua, enquanto um homem de cartola ergue os braços e brada: “Vamos ter de reclamar disso”. (Trecho do recém lançado Rimbaud, de Jean-Baptiste Baronian, Série Biografias L&PM)