Em 9 de novembro de 1989, o Muro de Berlim finalmente vinha abaixo. Um fato histórico emocionante que sempre merecerá ser lembrado.
O acontecimento que simbolizou com mais força o desmoronamento da antiga ordem foi a abertura do Muro de Berlim em 9 de novembro. Aquela infame bareira de concreto de 45 quilômetros de extensão passara a significar não apenas a divisão da antiga capital da Alemanha, mas a divisão da Europa em geral. Quando o muro se desintegrou, desapareceu também a linha divisória Leste-Oeste da Europa. (Trecho de Guerra Fria, de Robert J. McMahon, Série Encyclopaedia, Coleção L&PM Pocket)
Foto da pg 189: O Muro de Berlim vem abaixo, novembro de 1989
28 anos haviam se passado. Praticamente uma geração. Foi em 13 de agosto de 1961 que a cidade de Berlim acordou dividida. Cercas de arame farpado tinham sido esticadas, delimitado que não existia mais uma única nação alemã, mas duas. O muro – que se tornaria o maior símbolo da Guerra Fria – também começaria a ser erguido durante aquela madrugada. E enquanto os moradores da Alemanha Ocidental tinham liberdade, os da Oriental logo perceberam que se encontravam em uma espécie de cárcere privado.
Da noite para o dia, o muro de Berlim começou a ser erguido
A Guerra Fria opôs União Soviética e Estados Unidos num tenso conflito que atravessou décadas. Para entender melhor como como tudo começou, por que ele durou tanto tempo e que impacto teve no estabelecimento de uma nova ordem mundial, a sugestão é Guerra Fria, de Robert J. McMahon,Série Encyclopaedia. Lançando mão de arquivos secretos divulgados recentemente e dos últimos estudos sobre o assunto, o autor oferece ao leitor um relato atualíssimo e eletrizante.
“Guerra Fria” é o próximo título da Série Encyclopaedia
No dia 23 de julho [de 1932], pela manhã, muitos telegramas de felicitações ainda estavam sobre a escrivaninha de seu quarto, a maioria anda não aberta. Alberto saíra cedo para dar um passeio pela praia, sem desconfiar do triste espetáculo que o aguardava. Um pequeno avião vermelho chamou-lhe a atenção, como uma pipa ou pandorga desgarrada no azul. Mas aquele pequeno filho do 14-Bis e da Demoiselle não estava ali para encantar os olhos de ninguém. Embicado em direção ao porto de Santos, começou a bombardeá-lo. E cada uma das explosões que ouvia foi causando, certamente, mais danos no cérebro de Alberto, fragilizado pela doença.
Hoje podemos avaliar a dor que Santos Dumont sentiu ao ver, e não só imaginar, um avião dedicado à tarefa de destruir prédios e navios, de matar pessoas inocentes, elevando-se ao céu e voltando a atacar como se tivesse sido inventado apenas para isso.
Mais tarde, algumas pessoas depuseram à polícia dizendo que viram, durante o bombardeio aéreo, um senhor bem vestido, muito calvo, pequeno e magro, olhando para o sul com os olhos esbugalhados, as mãos abertas sobre os ouvidos. Realidade ou imaginação? A verdade é que Santos Dumont, naquele mesmo dia, enforcou-se em seu quarto de hotel.
O suicídio do “pai da aviação” foi abafado pelas autoridades, a pedido, inicialmente, do sobrinho Jorge, que encontrou o corpo. Mas a morte do homem mais famoso do Brasil não podia ser escondida. Dois dias depois, sem rancores, Getúlio Vargas decretou luto nacional por três dias (…)
A Guerra Civil Espanhola começou com um golpe militar em 17 de julho de 1936. Mas quando as tropas lideradas pelo general Francisco Franco rebelaram-se contra o governo republicano, o impacto foi muito além de um choque entre diferentes ideologias. O conflito resultante influenciou o curso da política, da sociedade e da cultura, dentro e fora da Espanha. A ascensão do fotojornalismo na década de 30 permitiu que a guerra fosse a primeira a ser documentada através de imagens. Porém, mesmo com estes registros, várias questões sobre o conflito permanecem controversas. Em Guerra Civil Espanhola, o mais novo título da Série Encyclopaedia, a professora de História Espanhola na Universidade de Londres, Helen Graham, esclarece suas causas e consequências, examinando as cicatrizes que a guerra deixou na vida de centenas de pessoas e na história de toda a Europa.
A Guernica, de Picasso, é a imagem mais marcante da Guerra Civil Espanhola (clique para ampliar)
As mulheres tiveram intensa participação na Guerra Civil Espanhola
Foto de Robert Capa de 1939 mostra republicanos exilados em marcha
O golpe militar contra a República começou no dia 17 de julho de 1936 entre oficiais do exército colonial sediado no Marrocos, no Norte da África. Um dia depois, a rebelião espalhou-se para a Espanha continental na forma de sublevações de tropas das províncias. O golpe foi ao mesmo tempo um fracasso e um sucesso; fracassou na tentativa de tomar o país inteiro de maneira repentina e certeira, o que, aliás, era a intenção inicial dos rebeldes, mas foi bem-sucedido na paralisação do regime republicano e, fundamentalmente, privou-o dos meios para organizar uma resistência rápida e eficaz. A rebelião destroçou a estrutura de comando do exército, deixando o governo de Madri sem tropas e sem saber em quais oficiais podia confiar. O colapso simultâneo da polícia completou o quadro de graves problemas, criando um vácuo de autoridade na maioria das áreas republicanas que não teve paralelo na zona rebelde, onde os militares assumiram o controle desde o princípio. (Trecho de Guerra Civil Espanhola, de Helen Graham)
A Série Encyclopaedia L&PM impressiona pela quantidade e pela qualidade de títulos. Já são quase 50 livros já editados em pocket que abordam os mais variados assuntos em uma linguagem fluente, acessível e ao mesmo tempo profunda. Império Romano, Guerra Fria, Pré-história, Drogas, Teoria Quântica, História da Medicina, Memória e Dinossauros são alguns dos mais recentes lançamentos.
E uma ótima notícia para quem estuda e trabalha na Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos): na Livraria Cultural Unisinos, a Série Encyclopaedia completa está com 30% de desconto. Corre lá!
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Depois dos quadrinhos, é a vez da Série Biografias (8 a 21 de abril) e da Série Encyclopaedia (22 de abril a 5 de maio) ganhar 20% de desconto. Fiquem ligados!
Abraham Lincoln foi mais do que o décimo sexto presidente dos Estados Unidos. Foi um gigante que virou exemplo, mito, ícone, herói, estátua, busto, cédula, moeda, muitos livros. Tanto é assim que contracapa do livro Lincoln, da Série L&PM Encyclopaedia, avisa: “Nenhum outro indivíduo no universo da língua inglesa teve tantas biografias escritas como Abraham Lincoln. Esta será uma biografia de suas ideias.” Não bastasse tudo isso, ele acaba de virar um filme que estreou em novembro nos EUA e logo vai ganhar o mundo.
Tendo Daniel Day-Lewis no papel título e Steven Spielberg na direção, essa superprodução é considerada uma das melhores do ano e está entre as favoritas para levar algumas estatuetas do Oscar, principalmente a de melhor ator, já que, no papel de Lincoln, Day-Lewis foi recentemente premiado pela Associação de Críticos de Nova York.
Mais uma vez, o ator britânico mergulhou na encenação de forma radical. Nas filmagens, ele jamais saía do personagem, falando com sotaque que retirou de suas pesquisas e escrevendo e assinando como o presidente, morto em 1865. “Para minha sorte, não há gravações de Lincoln, então ninguém pode afirmar, categoricamente, que não estou soando como ele. O que fiz foi ouvir gravações de pessoas que viveram nos mesmos condados que ele.” Disse Day-Lewis em entrevista à Folha de S. Paulo.
O resultado poderemos ver a partir do dia 25 de janeiro, quando então Lincoln estreia no Brasil. Falta pouco…
Daniel Day-Lewis incorporou Lincoln até quando não estava filmando
Para entender melhor um pouco da história dos Estados Unidos da América, que acaba de (re)eleger seu novo presidente, aqui vão quatro sugestões de títulos da Série Encyclopaedia: Lincoln, Guerra da Secessão, A Crise de 1929 e Guerra Fria.
A despeito dos mútiplos ressentimentos contra a dominação econômica e financeira do Norte, os sulinos não estão dispostos a renunciar a essas relações de negócios. Sabem que precisam dos industriais nortistas como fornecedores, dos negociantes da Nova Inglaterra como corretores, dos financistas nova-iorquinos para obter créditos. Por sua vez, os grandes empresário do Norte, que conseguem aprovar em 1857 uma tarifa protecionista bastante moderada, tampouco têm interesse em se separar de seus importantes parceiros comerciais do Sul. Na verdade, para a maioria dos contemporâneos, a data de 6 de novembro de 1860 desperta grandes temores. (Trecho de Guerra da Secessão)
A capa da revista TIME deste mês traz o ator Daniel Day-Lewis caracterizado como Lincoln, seu personagem no próximo filme de Steven Spielberg sobre a vida do 16º presidente dos Estados Unidos, que estreia em 2013.
Já que Lincoln está em alta – e aproveitando que ainda faltam alguns meses para a estreia do filme – a L&PM recomenda a leitura do volume Lincoln da Série Encyclopaedia.
Sabe aqueles dias em que você prefere ver um filme passatempo do que um filme “de penso”? Pois sábado eu queria isso. E escolhi “Abraham Lincoln: caçador de vampiros” em 3D já imaginando o que me aguardava. Há tempos, tinha lido sobre o livro que deu origem a essa produção e, como a maioria dos mortais, tinha achado a ideia um tanto quanto bizarra e hilária – aliás, foi a mesma reação que tive com “Orgulho e Preconceito e Zumbis”, livro inspirado no romance de Jane Austen que inclui mortos-vivos na história. E adivinhem? Ambas as obras literárias são do mesmo autor: Seth Grahame-Smith.
Eis que hoje, curiosa para saber o que a trama vampiresca tinha a ver com os fatos reais da vida de um dos mais famosos presidentes dos EUA, peguei o livro Lincoln, da Série Encyclopaedia para dar uma lida. E o segundo parágrafo da página 18 causou-me arrepios de medo (ok, estou exagerando). Mas leiam o que eu li: “O assentamento dos colonos do Kentucky foi organizado originalmente por um grupo de especuladores, a Transylvania Company, que, para começar a vender terra de grande valor de mercado para os ávidos fazendeiros da Virgínia, como os Lincoln, se valeu de uma série de medições feitas sem nenhum critério.”
Transylvania Company! Diretamente da terra de Drácula! Será que foi daí que Grahame-Smith teve a ideia para sua história? No filme, que tem produção de Tim Burton e direção de Timur Bekmambetov, os vampiros são os malvadões escravagistas que mandam no pedaço e se alimentam principalmente dos negros e brancos rebeldes como a mãe de Abe (como era chamado Abraham Lincoln). Também no livro da Série Encyclopaedia, encontrei algo suspeito sobre a morte da matriarca: “Em outubro de 1818, Nancy Janks Lincoln contraiu a ‘doença do leite’, por beber leite de vacas que ingeriram plantas da espécie Eupatarium rugosum, e morreu”.
No filme diz que o pai de Abe morreria pouco tempo depois, o que não aconteceu. Lincoln aparece como filho único, mas ele tinha uma irmã mais velha. Ele trabalha como lenhador e como comerciante, o que foi de fato, mas foi caixeiro-viajante e não atendente de loja. Casa-se com Mary Tood, que realmente foi sua esposa – mas enquanto na trama eles têm apenas um filho, na vida real eles tiveram dois.
É claro que o filme é propositalmente exagerado, mas a produção e a maquiagem são ótimas, bem ao estilo Tim Burton. Eu realmente achei um ótimo passatempo e gostei bastante do amigo de Lincoln, Henry (Dominic Cooper) que é uma espécie de imitação de Robert Downey Jr. em Sherlock Holmes.
No final de “Abraham Lincoln: caçador de vampiros” (não se preocupe, isso não vai estragar as surpresas), o herói aparece saindo para ir ao teatro. E se você não sabe o que aconteceu com Lincoln no teatro na noite de 14 de abril de 1865, é mais um motivo para não deixar de ler Lincoln da Série Encyclopaedia…
Coincidência ou não: estava terminando de escrever este texto quando me disseram que 17 de setembro de 1862 foi o dia em que aconteceu a Batalha de Atietam, considerada a mais sangrenta da Guerra da Secessão (que durou durante todo o mandato de Lincoln), quando cerca de 23 mil americanos morreram. E por falar no assunto, a Série Encyclopaedia L&PM também publica o livro Guerra da Secessão.
*Paula Taitelbaum é escritora e coordenadora do Núcleo de Comunicação L&PM.
A Guerra Fria durou de 1945 a 1990. Uma vida. Ou melhor, muitas vidas, se pensarmos na quantidade de gente que pereceu em meio ao conflito, vítima da instransigência e da incoerência presente no messianismo político. Como nasci em 1969, o assunto fez parte dos jornais, das revistas e dos noticiosos televisivos da minha infância. Sempre anunciando nas entrelinhas o perigo de uma guerra nuclear e a ameaça dos comunistas “comedores de criancinha”. Para mim, soava como filme de ficção. Até que, em 1987, eu entrei na faculdade e, como toda universitária que se prezasse, coloquei um poster do Che Guevara na parede para orgulho do meu pai esquerdista. Mas fiz isso muito mais por simpatia do que ideologia, simplesmente porque os comunistas pareciam mais aguerridos e defensores dos fracos e oprimidos. Foi só quando o Muro de Berlim veio abaixo é que as minhas fichas também começaram a cair. E percebi que ninguém era realmente bonzinho nessa história. Como um filme que tivesse chegado ao fim, não pensei mais nesse assunto. Até que agora me vejo diante de Guerra Fria, o mais recente lançamento da Série Encyclopaedia. No livro, Robert J. McMahon explica de forma clara e deliciosamente literária como tudo começou e como se desenrolou o embate que quase culminou na Terceira Guerra Mundial. A tradução de Rosaura Eichenberg também está primorosa, cheia de ritmo e palavras que fluem com sonoridade impecável. Para completar, há fotos, mapas e um índice remissivo. Ainda não cheguei à página final, mas já recomendo como leitura obrigatória a todos aqueles que querem entender esse mundo em que vivemos, onde cada um quer puxar a brasa para o seu assado e impor suas próprias certezas. (Paula Taitelbaum)
Foto que está na pg 106 do livro: Evidência fotográfica de um sítio de lançamento de Mísseis Balísticos de Alcance Médio em San Cristobal, Cuba, outubro de 1962
Foto da pg 189: O Muro de Berlim vem abaixo, novembro de 1989
Um casamento clássico de conveniência, a aliança, estabelecida durante a guerra, entre a principal potência capitalista do globo e o principal advogado da revolução proletária internacional foi desde o início crivada de tensão, desconfiança e suspeita. Além do objetivo comum de derrotar a Alemanha nazista, pouco havia para cimentar uma parceria nascida de uma necessidade crítica, além de onerada por um passado repleto de conflitos. Afinal, os Estados Unidos haviam demonstrado uma hostilidade implacável ao Estado soviético desde a revolução bolchevique que lhe deu origem. Os governantes do Kremlin, por sua parte, viam os Estados Unidos como o cabeça das potências capitalistas que tinham procurado acabar com o regime comunista ainda nos primeiros tempos. (Trecho de Guerra Fria, de Robert J. McMahon)