Por Ivan Pinheiro Machado
As duas pessoas mais importantes do país, hoje, são o Presidente Lula e Dunga, o técnico da seleção brasileira. Sobre eles se voltam os chamados “olhos da nação”. Ontem, o Brasil parou para saber os convocados de Dunga e ouvir a sua entrevista coletiva. E, na minha opinião, muito pior do que deixar de convocar os dois melhores jogadores do país – Neymar e Ganso –, muito pior, foi o show de erros de português, de autoritarismo e arrogância protagonizado pelo comandante da Seleção Brasileira. Se houvesse uma forma de voltar ao passado, Dunga seria o técnico dos sonhos do ditador mais truculento de nossa história, o General Médici.
Lula, tão criticado pela imprensa pelos seus deslizes no português, é um verdadeiro lexicógrafo perto do Dunga. Mas, curiosamente, ninguém na imprensa critica as barbaridades que o técnico diz em cada espaço que tem na mídia. Depois de inúmeras trombadas na língua “que Camões chorou no exílio”, perguntado sobre as razões da convocação do goleiro Gomes, ele explicou:
– Ele está habituado a conviver “com nós”.
O velho filósofo e esteta húngaro Georg Lukács dizia: “A forma nunca é indissociável do conteúdo”. Portanto…