Cannes é mais do que um festival, é uma festa. Ou melhor, muitas festas. E também a oportunidade de ver antes o que em breve vai estar nas melhores salas de cinema do mundo. E é durante o 63º Festival de Cannes, que acontece até 23 de maio, que está sendo exibido Howl (Uivo), o filme que reconta as origens do mais famoso poema de Allen Ginsberg. O longa, dirigido por Rob Epstein e Jeffrey Friedman, traz a história do intenso e inflamado poema que chocou os EUA e foi acusado de “obsceno” e “pornográfico”. E mais do que isso: foi levado a júri por conter palavrões e referências explícitas a drogas e sexo hetero e homo. No papel de Ginsberg, James Franco, conhecido por ser o melhor amigo (e ao mesmo tempo inimigo) de Peter Parker na série de filmes Homem Aranha e também por ter atuado ao lado de Sean Penn em Milk. Franco vive o jovem Ginsberg que, em 1957, antes de tornar-se um dos maiores ícones da geração beat, era conhecido apenas nos pequenos círculos literários de San Francisco. “Éramos só um bando de escritores que queriam ser publicados”, diria ele mais tarde. Segundo nota publicada na imprensa, Howl está em Cannes à procura de compradores. Ou seja, apesar de atores de peso – e de uma primorosa produção que mistura linguagem de documentário e animação para recriar trechos do poema -, por enquanto o filme é quase como o poema que o inspirou: praticamente underground. A L&PM publica Uivo na Coleção POCKET e, em junho, está prevista a reedição do livro em formato convencional. A tradução da L&PM, feita por Claudio Willer, pode ser vista nos trechos legendados do filme que você assiste com exclusividade na nossa Web TV. E já que o longa ainda não tem data definida para estrear, comece pelo livro e entenda porque Uivo foi, e continua sendo, tão impactante.
Muito legais o vídeo e o seu texto!
Fazemos parte do blog Poenocine, que fala de poesia e cinema.
(http://poenocine.blogspot.com/)
Postamos lá os resumos do Curso do Willer, “Geração Beat”, que ele deu agora em abril e maio, além de um poema “Um Supermercado na Califórnia” do Ginsberg (com muitas imagens).
Ele é o cara. E a nossa frase central é dele:
“Eu resolvi vai haver confusão” (poema “América”).
Aquele abraço,
Paulo.
To esperando ansiosamente pelo filme…