O “Dia do Gaúcho” sem fanatismo

Hoje é o “Dia do Gaúcho” ou, para aqueles que vivem mais acima do mapa do Brasil, a data que marca a Revolução Farroupilha, conflito que durou dez anos e que começou em 20 de setembro de 1835 numa oposição ao império de Dom Pedro II.

Neste dia, no Rio Grande do Sul, feriado regional, alguns vestem a bombacha, o lenço vermelho e empunham seu chimarrão pelas ruas. Outros, ao contrário, não são tão fanáticos assim. Como Mario Quintana. Veja a história contada no livro Ora Bolas – O humor de Mario Quintana:

SEM FANATISMO

Os TRADICIONALISTAS, essa turma que acha que inventou o cavalo e o campo, nunca conseguiram cooptar Mario Quintana. Temendo suas tiradas mortais, sempre se mantiveram a uma distância respeitosa. Mas ele não tinha por que pagar imposto ao altar da tradição e escrevia coisas do tipo: “Lembro que certa vez me encontrei com seu Zé na rua. Como bons gaúchos, paramos, relichamo-nos, abraçamo-nos…”

Mesmo assim, não faltavam incautos que vinham cobrar posições. Em um dia de boa paciência, Mario deu a um deles uma explicação sociológica:

– Eu não sou gaúcho fanático. Não sou porque meu pai nasceu no Mato Grosso, estudou no Rio de Janeiro, era farmacêutico e, para ele, o mate de boca em boca era uma coisa anti-higiênica.

Uma ideia sobre “O “Dia do Gaúcho” sem fanatismo

  1. Rody Cáceres

    Mario Quintana foi um poeta ímpar da nossa literatura.
    Em relação ao post, posso dizer que tenho orgulho do 20/09. Me chamam de “bairrista” por isso. E concordo com a acusação. Sou bairrista, se isso significa não gostar de futebol, de samba, do “jeitinho” brasileiro, de carnaval, de praia e do “malandrismo” nacional. E o que mais me indigna é ver, aqui no sul, o povo festejando o Carnaval e as rádios tocando forró e axé na programação normal e relegando a música do sul a programas “especializados”. E não falo apenas em música tradicionalista, falo de outros estilos também. Acho que o preconceito vem, primeiro, de cima. E depois se instaura aqui, pela mídias. Pronto, falei.

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