Com o lançamento da nova “Enciclopédia dos Quadrinhos“, de Goida e André Kleinert, o Blog L&PM publicará, nos domingos, um verbete do livro. O verbete de hoje é Phil Davis (1906-1964)
Poucos desenhistas da época do ouro dos quadrinhos norte-americanos têm o prestígio de Phil Davis, principalmente na Europa. Alain Resnais, o diretor de Hiroshima, Mon Amour, disse que se inspirou em muitas imagens de Davis para criar o seu O ano passado em Marienbad. Federico Fellini, outro admirador, disse que sempre quis filmar as narrativas de Phil. Nascido em St. Luis, Missouri, em 4 de março, Davis, até os 28 anos, trabalhou principalmente como ilustrador e publicitário. Em 1933, ele encontrou um conterrâneo, Lee Falk (veja em F) e juntos criaram um dos personagens mais famosos do King Features Syndicate: Mandrake, the Magician. No princípio (1934), as aventuras de Mandrake, sempre junto com o seu fiel auxiliar Lothar e depois com a “noiva” permanente, Narda, eram quase convencionais. Logo em seguida, porém, a dupla Falk/Davis, além dos poderes mágicos dados a Mandrake (na verdade, um mestre no hipnotismo), aumentou a dose do imaginário/ fantástico. Mandrake e seus companheiros passaram a visitar mundos paralelos, outras civilizações, o fundo do mar, invasores do espaço, em cenários que primavam pela criatividade. O traço foi eliminando detalhes supérfluos, tornou-se até mais duro que no princípio, mas os mundos que Davis criava eram realmente mágicos. Mandrake foi vendido (e vende até hoje) em todos os quatro cantos da Terra. Lamentavelmente a saúde de Phil não era boa. Nos seus últimos anos de vida, o desenhista foi muito auxiliado por sua esposa, Martha, que já tinha fama como figurinista e estilista de moda. Quando Phil morreu de um ataque cardíaco, Martha tentou continuar sozinha as tiras e páginas dominicais de Mandrake, mas realmente não tinha pique para tanto. A série passou então para as mãos de Fred Fredericks.