Considerada a figura feminina mais importante da Literatura Portuguesa, Florbela Espanca continua inspirando não apenas versos, como músicas. Para deixar o seu dia mais alegre, por exemplo, vale escutar “Florbela Espanca-me”, do grupo de rock português Ena Pá 2000. Apesar do trocadilho infame, é diversão garantida.
Florbela Espanca nasceu, casou e morreu no dia 8 de dezembro (clique aqui e leia post já publicado neste blog). Em 1930, no dia de seu aniversário de 36 anos, “Bela” foi encontrada morta. Mas apesar dos dois frascos vazios de Veronal que estavam em seu quarto, o suicídio nunca foi totalmente confirmado.
A L&PM publica, na Coleção L&PM POCKET, todos os seus poemas em dois volumes.
Poema de despedida
I
Tu foste embora, linda flor
Me deixastes aqui sozinho
Deixando apenas teus poemas
A iluminar meu caminho
Te amei profundamente, doce poetisa
Talvez em outra esfera, ou quem sabe em outra vida
Te encontre no mundo dos poetas
Assim como um sol que nasce á luz do dia
II
Pois amor que sinto é puro e cristalino
Como o som de um violino
Que por ti toca e flutua
Navegando nas ondas do mar
Refletindo a luz da lua
É neste espelho lunar que te vejo
Refletindo teu amargo sorriso
Se pudesse te dava um beijo
Se pudesse te dava um filho
III
Tu fostes embora e deixastes
Teus poemas e teu sofrimento
Uma dor na alma que arde
Uma flecha que atravessa o peito
IV
Eu navego pelos mares e procuro
Te encontrar neste mundo de mágoas
Quem sabe eu desça mais fundo
Lá onde os peixes fazem morada
Te encontrar além dos corais
Na terra dos imortais
Nas profundezas de minhas lágrimas
Que por ti choram de tristeza
Lágrimas cristalizadas de sal
Ao lembrar de ti portuguesa
A flor mais bela de Portugal.
O navegante e a flor lunar
Sandro Kretus
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