Quem conhece Paris provavelmente já visitou a livraria Shakespeare and Company. Aconchegante e abarrotada de (bons) livros, essa que hoje é ponto turístico dos apaixonados pela literatura, já foi ponto de encontro de intelectuais como Arthur Miller, James Baldwin, Samuel Beckett, Anaïs Nin, Lawrence Durrel, William Burroughs, Gregory Corso e Allen Ginsberg. Escritores que lá iam para comprar seus livros e se encontrarem com George Whitman, o dono da livraria que morreu quarta-feira, 14 de dezembro, dois dias depois de completar 98 anos.
Segundo o jornal The New York Times, Whitman faleceu devido a complicações que surgiram após um derrame sofrido há dois meses. Em outubro, ele se recusou a ficar no hospital e exigiu ser levado para casa, que fica em cima da Shakespeare and Company. Ontem, quinta-feira, a livraria estava fechada e, em sua porta, velas, flores e romances foram colocados juntos ao comunicado que anunciava a morte de Whitman. Os admiradores também colaram bilhetes com agradecimentos e elogios a ele.
Whitman nasceu em Nova Jersey, nos Estados Unidos, mas passou parte da infância na China. Mudou-se para Paris em 1948, tendo uma bicicleta e um gato como as suas únicas posses. Em 1951, ele abriu a livraria Le Mistral que depois seria rebatizada de Shakespeare and Company, em homenagem a Sylvia Beach, proprietária da Shakespeare & Company original, responsável pela primeira edição de Ulisses, de James Joyce. Quando morreu, em 1962, Sylvia Beach deixou para Whitman os direitos da marca e os seus livros. Dois anos depois, a Le Mistral de Whitman tornou-se Shakespeare & Company dois anos depois.
Mais do que dono de livraria, George Whitman foi uma lenda. Seu lema de vida tinha sido tirado de um poema de W.B. Yeats: “Não seja inóspito a estranhos, pois eles podem ser anjos disfarçados”. Atualmente, quem cuida da Shakespeare and Company é a filha de George, Sylvia Beach Withman.
Baita pintura! Se a livraria é mesmo como pintou Ivan, é de um charme ímpar…
Não conhecia o Whitman, mas é sempre triste quando morre alguém como ele, é como se terminasse uma era…
Báh os livros e os leitores estão de luto, é uma perda muito grande, homens como Whitman são raros…