Em 20 de abril de 1912, quando o escritor Bram Stoker faleceu, após sofrer vários derrames cerebrais, sua morte foi eclipsada por uma tragédia ainda maior. Cinco dias antes, o Titanic havia batido em um iceberg e os jornais estavam abarrotados de obituários dos ricos e famosos que faziam parte das 1.500 vítimas do desastre. Para o criador de Drácula, restou apenas um espaço menor, em páginas mais discretas. Considerado na sua época um escritor “marginal e irrelevante” por muitos, Stoker, já doente, precisou da ajuda da Royal Society Literária Britânica para sobreviver. Só sairia realmente das sombras depois de sua morte, feito seu mais famoso personagem.
“Stoker sentiu a primeira palpitação de Drácula em um pesadelo que teve na noite de sete de março de 1890. No dia seguinte, fez uma anotação, da qual se originou uma das cenas mais inesquecíveis de sua obra: Um jovem sai vê garotas uma delas tenta beijá-lo, não nos lábios mas no pescoço. O velho conde interfere – raiva & fúria diabólicas – este homem me pertence ele é meu.” (Trecho do texto de Guilherme da Silva Braga para a introdução do volume “Clássicos do Horror”).