A mulher conhecida como Marilyn Monroe mentia muito sobre o seu próprio passado, sua infância, suas iniciações na vida, seus casamentos. Sua trajetória é uma floresta negra no meio da qual ela consentiu, às vezes, em deixar cair algumas pedrinhas. Era essencial que ela se protegesse. Era essencial também que ela se reconstruísse. Que ela se inventasse e forjasse sua lenda na qual se confundiriam a demência atávica de sua ascendência familiar e a inacreditável força de resistência de uma menininha abandonada, mal-amada, vítima da ferocidade dos adultos. Ela teria de se apoiar no contraste entre o patinho feio Norma Jeane e o cisne suntuoso Marilyn Monroe. Quanto mais notável fosse este último, mais poderoso e universal seria o mito. Assim, conta ela, era uma vez uma menininha pobre nascida às nove e meia da manhã do dia 1º de junho de 1926 na enfermaria do Hospital Geral de Los Angeles. (De Marilyn Monroe, de Anne Plantagenet, Série Biografias L&PM. Leia aqui mais um trecho.)
A pequena e frágil Marilyn
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