Em março deste ano, estreou nos cinemas portugueses o filme “Florbela”, cujo nome já revela quem é seu personagem principal. Ela, a maior poeta portuguesa, Florbela Espanca. Com versos cheios de erotismo e intimidade, Florbela escandalizou a sociedade do início do século XX. E fez isso não só com sua poesia, mas também pela forma como viveu: com sucessivos casamentos e divórcios, sua maneira ousada de vestir e sua personalidade “forte”.
O filme é centrado numa Portugal atordoada pelo fim da I República, quando Florbela (vivida pela atriz Dalila Carmo) separa-se de forma violenta de António. Ela então apaixona-se por Mário Lage (Albano Jerónimo) e refugia-se num novo casamento para encontrar estabilidade e escrever, mas a vida de esposa na província não parece combinar com sua alma inquieta. Florbela não consegue escrever, nem amar. Ao receber uma carta do irmão Apeles, oficial da Aviação Naval e de licença em Lisboa, corre em busca de inspiração perto da elite literária que fervilha na capital. Na cumplicidade do irmão aviador, a escritora procura um sopro em cada esquina: amantes, revoltas populares, festas de foxtrot… O marido tenta resgatá-la para o que considera a “normalidade”, mas como dar norte a quem tem sede de infinito? Entre a realidade e o sonho, os poemas surgem quando o tempo pára. Nesse imaginário febril de Florbela, neva dentro de casa, esvoaçam folhas na sala, panteras ganham vida e apenas os seus poemas a mantém sã. Por isso, Florbela tem que escrever…
A Coleção L&PM Pocket publica a obra completa de Florbela Espanca em dois volumes.
Preciso assistir, os poemas da Florbela são únicos!