Ricardo Freire indica o novo livro de Martha Medeiros

Ricardo Freire é um especialista em viagens. Ex-publicitário premiadíssimo, acabou largando a vida de agência para  escrever sobre lugares ao redor do mundo. Desde 2005, Freire dedica-se exclusivamente a textos relacionados a turismo e hoje é uma referência no assunto. Veja o que ele escreveu em seu blog “Viaje na Viagem” sobre o novo livro de Martha Medeiros, Um lugar na janela:

(…)

Já compre, li e devorei o livro, que é o segundo da Martha no tema viagens. Mas o anterior era um guia — de Santiago do Chile. Então esse é o primeiro de relatos (ou crônicas, ou memórias) de suas indas e vindas nos últimos 25 anos.

Não espere um livro recheado de dicas datadas como os últimos da Danuza (#prontofaleimermo): o que a Martha compartilha com generosidade e muita graça são suas experiências e sensações a cada viagem. Você vai rir muito da Martha mochileira que passou 45 dias na Europa hospedada em casas de amigos dos amigos que nem sabiam da sua existência até ela telefonar da estação ferroviária. E vai acompanhar sua trajetória de vida através das viagens, terminando com sua reconciliação com Nova York. É quase uma autobiografia, pípols.

Apenas dois capítulos não são de memórias. O último, “Meu jeito de viajar”, é uma compilação de dicas sensatíssimas para quem quer viajar melhor. E o primeiro, “Pré-embarque”, traz reflexões bacanas sobre o que é viajar. Adoro essa passagem:

“Se para você é um suplício abandonar seu sofá, seu carro, seu travesseiro e o Fantástico aos domingos, não viaje. Se você é do tipo que não consegue se maravilhar com o que está vendo porque está mais preocupado com os mosquitos, os remédios, as gorjetas, o fuso horário e em checar os e-mails do trabalho, não viaje. Se voê não faz idéia em que ponto do mapa fica o local para onde está indo, não tem a mínima curiosidae sobre a cultura do lugar, até desconhece o idioma falado, não viaje. Se você está fazendo as mala sob coação, pois sua mulher o ameaçou com o divórcio, faz bem em ter juízo, vá com ela. mas, fora algum outro caso assim extremo, não viaje. Não é obrigatório. Não assegura uma vaga no céu. Viajar é para quem tem espírito desbravador, mas se você não tem, não tem.”

Ah: falei que estou citado nesse capítulo? Honradíssimo.

 

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