Georges Joseph Christian Simenon nasceu nas primeiras horas do dia 13 de fevereiro de 1903, uma sexta-feira, na cidade de Liège na Bélgica. Mas por serem superticiosos, seu pais, Desiré e Henriette, não gostaram da ideia de ter o primogênito nascido numa sexta-feira 13 e registraram seu filho como nascido às 23 horas e 30 minutos do dia 12 de fevereiro. Se foi isso que deu sorte à carreira literária de Georges Simenon, não se sabe. Mas que seu principal personagem, o comissário Maigret, até hoje é um sucesso, isso não se discute.
Simenon lançou seu primeiro romance, Au pont des arches, em 1921 com o pseudônimo de Georges Sim. Em meados dessa década, ele mudou-se para Paris, foi estudar Belas-Artes, casou-se pela primeira vez, foi trabalhar como secretário particular e conheceu o marquês Raymond d’Estutt de Tracy, dono de Paray-le-Frésil, propriedade que depois tornou-se, na ficção, Saint-Fiacre, local de nascimento do comissário Maigret.
Para sobreviver, Simenon escreveu romances populares – histórias melosas ou relatos de aventuras – em ritmo industrial e sob os mais diversos pseudônimos: Jean du Perry, Georges Sim, Christian Brulls, Luc Dorsan, Gom Gut, Georges Martin-Georges, Georges d’Isly, Gaston Vialis, G. Vialo, Jean Dorsage, J. K. Charles, Germain d’Antibes, Jacques Dersonne.
Em 1929, o comissário Maigret fez sua primeira aparição, na história Train de nuit, ainda num papel secundário, e ainda escrito sob pseudônimo (Christian Brulls). Mas em 1930, no folhetim La maison de l’inquiétude, Maigret foi responsável por um inquérito do início ao fim. A partir daí, viriam 75 histórias com o comissário considerado o mais humano dos detetives da literatura.
Na vida pessoal, Simenon foi uma figura polêmica. Enfureceu ex-esposas, teve várias amantes e declarou em uma entrevista a Frederico Fellini que chegou a ter relações com 10.000 mulheres. Mesmo que este número não passe de fantasia, não se pode dizer que Simenon não tenha aproveitado os seus mais de 80 anos de vida.
A Coleção L&PM Pocket publica mais de 60 títulos do comissário Maigret, assinados por Georges Simenon.