“No aeroporto Le Bourget, em Paris, sob o sol forte de setembro, os passageiros atravessavam a área de embarque e subiam a escada do avião Prometeu, prestes a decolar com destino ao aeroporto de Croydon, nos arredores de Londres. Jane Grey entrou na última hora e tomou seu lugar: a poltrona 16, no setor traseiro. Alguns passageiros já tinham cruzado a porta divisória rumo ao setor dianteiro. Entre os dois setores, havia uma pequena copa e dois toaletes.”
Assim começa Morte nas nuvens, livro de Agatha Christie lançado exatamente no dia 10 de março de 1935, há 80 anos atrás, e que é publicado na Coleção L&PM Pocket.
Durante o vôo do Prometeu, Madame Giselle, uma agiota, morre subitamente depois de seu pescoço ser atingido por um dardo envenenado. A partir de então, todos viram suspeitos, incluindo o detetive Hercule Poirot que está a bordo.
Em meados da década de 1930, quando Morte nas nuvens foi escrito, os aviões eram bem diferentes. Havia apenas dezoito lugares, sendo que Agatha colocou onze passageiros no Prometeu. A primeira página do livro traz uma planta baixa do avião com a disposição dos ocupantes.
Agatha Christie pensou bastante nos lugares de seus personagens e mudou-os várias vezes como mostra o livro Os Diários Secretos de Agatha Christie (Leya, 2010).