A Guerra Civil Espanhola começou com um golpe militar em 17 de julho de 1936. Mas quando as tropas lideradas pelo general Francisco Franco rebelaram-se contra o governo republicano, o impacto foi muito além de um choque entre diferentes ideologias. O conflito resultante influenciou o curso da política, da sociedade e da cultura, dentro e fora da Espanha. A ascensão do fotojornalismo na década de 30 permitiu que a guerra fosse a primeira a ser documentada através de imagens. Porém, mesmo com estes registros, várias questões sobre o conflito permanecem controversas. Em Guerra Civil Espanhola, o mais novo título da Série Encyclopaedia, a professora de História Espanhola na Universidade de Londres, Helen Graham, esclarece suas causas e consequências, examinando as cicatrizes que a guerra deixou na vida de centenas de pessoas e na história de toda a Europa.
O golpe militar contra a República começou no dia 17 de julho de 1936 entre oficiais do exército colonial sediado no Marrocos, no Norte da África. Um dia depois, a rebelião espalhou-se para a Espanha continental na forma de sublevações de tropas das províncias. O golpe foi ao mesmo tempo um fracasso e um sucesso; fracassou na tentativa de tomar o país inteiro de maneira repentina e certeira, o que, aliás, era a intenção inicial dos rebeldes, mas foi bem-sucedido na paralisação do regime republicano e, fundamentalmente, privou-o dos meios para organizar uma resistência rápida e eficaz. A rebelião destroçou a estrutura de comando do exército, deixando o governo de Madri sem tropas e sem saber em quais oficiais podia confiar. O colapso simultâneo da polícia completou o quadro de graves problemas, criando um vácuo de autoridade na maioria das áreas republicanas que não teve paralelo na zona rebelde, onde os militares assumiram o controle desde o princípio. (Trecho de Guerra Civil Espanhola, de Helen Graham)