No dia 18 de julho de 1918 nascia Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado o mais importante líder da África Negra e ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1993. Para celebrar a data, compartilhamos a seguir, em primeira mão, um trecho do livro Nelson Mandela, de Elleke Boehmer, com tradução de Denise Bottmann, que a L&PM vai lançar este ano.
“Na cultura de celebridades que marca o novo milênio, centrada no indivíduo como criador do próprio destino, é frequente considerar que Mandela foi não só o senhor de seu destino pessoal (como diz seu poema favorito), mas também o principal arquiteto da nova África do Sul. Considera-se inegável que ele travou uma luta unilateral pelos direitos dos negros e que, em seu caso, justifica-se a teoria de que os grandes homens fazem a história. No entanto, como ele mesmo frequentemente lembra a todos, a luta de libertação da África do Sul foi efetivamente travada e saiu vitoriosa enquanto ele definhava na prisão. Mandela ressaltou: “Sou apenas um entre um grande exército do povo”.
Seu carisma pessoal é indiscutível. Todos os que o conhecem comentam o fascínio e a magia que dele irradia: uma soma de fama, estatura e boa aparência; uma memória enciclopédica para fisionomias; e mais alguma coisa indefinível, o atraente je ne sais quoi mandeliano. Um elemento central de sua personalidade, como escreve a romancista e sua admiradora Nadine Gordimer, é “um desprendimento do egocentrismo, a capacidade de viver para os outros”. Sua boa liderança e carisma foram fontes de inspiração importantes para a construção da África do Sul após 1994. Mandela é, certamente, um dos maiores símbolos de luta e persistência que jamais se viu, e fez de seu obstinado senso de justiça um exemplo para o mundo.”