O encontro de John Kennedy e Greta Garbo

13 DE NOVEMBRO DE 1963
CASA BRANCA
TARDE DA NOITE

O homem  com nove dias restantes de vida admira Greta Garbo enquanto ela tira os sapatos e deita sobre o colchão no Quarto de Lincoln. Há um jantar em Camelot esta noite, e a atriz sueca famosamente reclusa é a convidada de honra. Jackie Kennedy, como ela mesma admite, está “obcecada” por Garbo, por quem sente afinidade. Mas foi o presidente quem se ofereceu para guiar a beldade de 58 anos por uma visita àquela que seus funcionários chamam simplesmente de “Mansão”.

greta

Durante o jantar, Greta Garbo, nervosa, bebeu de um só trago um copo de vodca atrás de outro. Mas o presidente foi a imagem da abstinência, não fumando um único charuto nem tomando uma gota de álcool. “Eu me senti uma condenada quando acendi um cigarro”, Greta Garbo recordará mais tarde.

John Kennedy está encantado por Greta Garbo, e ela por ele. Em vez de escapar da festa logo após o jantar para desfrutar de alguns momentos de tranquila solidão antes de ir para a cama, como é seu hábito, JFK fica por “mais tempo do que já fiquei desde que me tornei presidente”.

(…)

Assim é a vida em Camelot: um dia inteiro resolvendo problemas do mundo, duas sessões de nado terapêutico sem roupa, celebridades à mesa para a ceia e um passeio pela residência mais famosa da América com uma glamorosa ex-atriz de cinema. Em que outro lugar do mundo acontece algo desse tipo?

Mas a noite termina de maneira abrupta.

– Preciso ir para casa. Estou ficando bêbada – declara Greta Garbo antes de desaparecer para o hotel.

Assim acaba o último jantar oferecido em Camelot.

A memória desta noite mágica irá perdurar, e nem mesmo uma pessoa tão famosa como Greta Garbo está imune aos encantos de Camelot: “Foi uma noite extremamente atípica que passei com vocês na Casa Branca”, ela escreve em seu bilhete de agradecimento a Jackie Kennedy. “Foi realmente fascinante e encantadora. Eu pensaria que foi um sonho…”

(…)

Mas Camelot não é sonho. É realidade – e essa realidade está prestes a tomar um rumo que transformará a América para sempre.

(Trecho de Os últimos dias de John F. Kennedy, de Bill O’Reilly & Martin Dugard, que acaba de sair pela L&PM Editores)

O livro que deu origem ao filme que estreia no dia 10 de novembro no NatGeo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *