22 DE NOVEMBRO DE 1963
DEALEY PLAZA, DALLAS, TEXAS
12h14Antecipando a chegada do presidente dos Estados Unidos, um estudante de ensino médio chamado Aaron Rowland e sua esposa, Barbara, aguardam na Dealey Plaza. Ao olhar para o Texas School Book Depository, ele vê a silhueta de um homem contra uma janela de esquina no sexto andar. Um caçador aficionado, Rowland precebe que o homem está segurando um fuzil na posição de cruzar armas – em diagonal à frente do corpo, com uma mão na coronha e outra no cano. É assim que um fuzileiro naval seguraria a arma enquanto espera para disparar no polígono de tiro.
Rowland está fascinado, mas pelos motivos errados.
– Quer ver um agente do Serviço Secreto? – ele pergunta à esposa.
– Onde?
– Naquele prédio, ali – ele responde, apontando.
Seis minutos depois, e dez minutos antes de o comboio chegar à Dealey Plaza, Ronald Fischer e Robert Edwards, que trabalham no escritório de auditoria do condado, perto dali, olham para cima e veem um homem parado na janela do sexto andar. “Ele nunca se moveu”, Fischer lembrará mais tarde. “Ele nem piscava os olhos. Estava só olhando, feito uma estátua.”
No mesmo instante, Howard L. Brennan, um encanador da região, usa a manga de sua camisa cáqui para secar o suor da testa. Isso o faz pensar em como o dia está quente. E então ele olha para o painel da Hertz no alto do telhado do Texas School Book Depositary, que mostra a hora e a temperatura. Ao fazer isso, ele identifica um homem misterioso completamente imóvel posicionado na janela superior para atirar.
Mas logo vem o som de euforia à medida que o comboio se aproxima. Na Main Street, as multidões ocupam faixas de três a seis metros de largura, e seu barulho ecoa pelas ruas estreitas ladeadas de janelas do centro centro de Dallas. Em meio a toda a empolgação, a visão de um homem parado em uma janela empunhando um fuzil é esquecida. O presidente está perto. Nada mais importa.
Trecho de Os últimos dias de John F. Kennedy, de Bill O’Reilly e Martin Dugard.