Não há chance de ressuscitar John F. Kennedy

O diâmetro da ferida provocada pelo segundo impacto é só um pouco maior que o de um lápis número dois. A alta velocidade faz com que a bala atravesse o cérebro do presidente e saia pela frente do crânio, em vez de se alojar lá dentro como a bala mais lenta que matou Abraham Lincoln.

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Mas a bala de 6,5 milímetros disparada por Lee Harvey Oswald é um pedaço de chumbo muito mais cruel. Uma bala tão fina pode parecer insignificante, mas é capaz de abater um cervo a 180 metros de distância.

Esse míssil revestido de cobre põe fim à vida de John F. Kennedy em um instante. Mal desacelera enquanto atravessa a terna massa cinzenta do cérebro antes de explodir a fina parede óssea ao sair pela frente de seu crânio.

Os braços de Jackie continuam em volta do marido quando a frente de sua cabeça explode. Cérebro, sangue e fragmentos de osso banham o rosto da primeira-dama e seu tailleur rosa da Chanel; salpicam até mesmo os quebra-sóis do para-brisa da limusine.

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Não há nenhuma chance de ressuscitá-lo com uma respiração boca a boca, como se tentou quando Lincoln jazia moribundo no chão do camarote do Teatro Ford. Não haverá vigília noturna, como com Lincoln, para que os amigos e entes queridos possam acompanhar JFK em seus momentos finais.

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Mal sabem os espectadores, horrorizados, mas os historiadores e teóricos da conspiração, e também os cidadãos comuns nascidos anos depois desse dia, questionarão se Lee Harvey Oswald agiu sozinho ou se teve ajuda de outros. As autoridades federais examinarão a balística e usarão um cronômetro para medir com que rapidez um homem é capaz de mirar e carregar um Mannlicher-Carcano 6,5 milímetros. As pessoas mais variadas se autonomearão especialistas em vídeos caseiros do assassinato em baixa resolução, em colinas gramadas, e nos muitos malfeitores que asiavam para ver John F. Kennedy afastado do poder.

Os argumentos conspiratórios se tornarão tão convincentes e tão intrincados que um dia ameaçarão sobrepujar a tragédia de 22 de novembro d 1963.

Então, que fique registrado, de uma vez por todas, que às 12h30 de uma tarde ensolarada de sexta-feira em Dallas, Texas, John Fitzgerald Kennedy é morto a tiros num piscar de olhos. Deixa uma bela viúva. Deixa duas crianças adoráveis. Deixa uma nação que o ama.

manchete

Na tarde de 22 de novembro de 1963, os jornais já traziam a notícia de que JFK fora assassinado às 12h30

Trecho de Os últimos dias de John F. Kennedy, de Bill O’Reilly e Martin Dugard.

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