Pablo Neruda e o mar

Pablo Neruda amava o mar. Tanto que, em seus últimos poemas, é com o mar que Neruda conversa. São versos cheios de melancolia e nostalgia que nos fazem viajar nas ondas da emoção.

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O dia não é hora por hora,
é dor por dor,
o tempo não se dobra,
não se gasta,
mar, diz o mar,
sem trégua,
terra, diz a terra,
o homem espera.
E só
seu sino
está ali entre os outros
guardando em seu vazio
um silêncio implacável
que se repartirá
quando levante sua língua de metal
onda após onda.

De tantas coisas que tive,
andando de joelhos pelo mundo,
aqui, despido,
não tenho mais que o duro meio-dia
do mar, e um sino.

Eles me dão sua voz para sofrer
e sua advertência para deter-me.

Isto acontece para todo o mundo,
continua o espaço.

E vive o mar.

Existem os sinos.

(De Últimos poemas, de Pablo Neruda, publicado em edição bilíngue na Coleção L&PM Pocket)

Pablo Neruda e sua mulher Matilde e o mar do Chile

Pablo Neruda e sua mulher Matilde contemplam o mar no Chile

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