O governo espanhol está empenhado em achar a ossada de Miguel de Cervantes, o maior escritor espanhol e autor de “Don Quixote”. Cervantes morreu em Madrid, no dia 23 de abril de 1616, falido e com o corpo crivado de balas. A partir daí, o pobre coitado ficou esquecido até que, só muito tempo depois, seu grande romance foi descoberto e seu nome renascido das sombras. Pena que quando isso aconteceu ninguém sabia mais onde era sua cova. Agora, quatro séculos depois, a Espanha tenta reparar este. No dia 27 de abril, uma equipe de peritos iniciou à caça aos seus restos mortais do escritor em uma operação que terá investimento de 100 mil euros. A busca está acontecendo no Convento de las Trinitárias Descalzas, localizada no tradicional bairro madrilenho de Las Letras.
A vida de Cervantes não foi fácil. Em 1606, quando ele foi morar em Madrid, o livro “As Aventuras do Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha” já havia sido publicado e atingido um certo sucesso. Segundo alguns biógrafos, ele acabou virando soldado, foi para a guerra e, ferido em batalha, passou anos como refém na Argélia. Depois ainda teve a má sorte de ser capturado por piratas turcos que exigiram um resgate da família, o que teria arruinado de vez os Cervantes. Há quem seja menos fantasioso, no entanto, e defenda que ele morreu cirrose. (Via Estadão)