Paris, 21 de janeiro de 1793: na manhã gelada deste dia, Luís XVI sobe ao cadafalso para ser guilhotinado. Seu corpo, cortado em dois, vai separar o corpo do rei do corpo da nação. Ou seja, o rei não morreria pela vontade do povo, mas a recém proclamada República ainda era frágil e era preciso “matar” a monarquia que o bom e exitante Luís XVI representava.
“Eu morro inocente de todos os crimes que me imputam. Perdoo os autores de minha morte. Rogo a Deus que o sangue que vocês derramarão jamais recaia sobre a França”, pronunciou o monarca ao receber sua sentença.
Aos 16 anos, Luís XVI se casou com Maria Antonieta. Aos 20 foi coroado rei da França. Tinha 35 quando eclodiu a Revolução Francesa e apenas 39 ao ser decapitado. Luís XVI certamente não nasceu para o papel de rei que o destino lhe impôs como bem conta a biografia escrita por Bernard Vincent e publicada pela Coleção L&PM Pocket.
“Ao cortar a cabeça do supliciado, o carrasco, que talvez não medisse todo o alcance histórico de seu gesto, não apenas guilhotinaria Luís XVI ou a monarquia: ele também guilhotinaria, de certa maneira, a história da França. Pois parece legítimo pensar que houve, a partir desse dia, um antes e um depois, e que foi nesse 21 de janeiro de 1793 que iniciou, dessa vez para sempre, o Ano I da França moderna.” (Trecho de Luís XVI, de Bernard Vincent)