Uma matéria publicada na última edição da revista britânica London Review of Books está causando furor pelo mundo. Nela, o repórter americano Seymour Hersh, ganhador do Prêmio Pulitzer, contesta a versão da Casa Branca para a morte de Osama Bin Laden. Hersh afirma que o fim do fundador da Al-Qaeda não foi resultado de uma complexa operação de inteligência, perseverança e determinação do governo dos EUA – como mostrou o premiado filme A Hora mais Escura. Segundo ele, Bin Laden não estava escondido em uma casa quando foi morto, mas era mantido prisioneiro das forças armadas paquistanesas que teriam capturado o terrorista logo depois da queda do Talibã. Segundo suas declarações, a CIA não chegou até seu esconderijo graças a técnicas de interrogatório, mas sim através do pagamento de US$ 25 milhões para uma fonte ligada às autoridades paquistanesas. O cadáver de Bin Laden também não teria sido sepultado no Oceano Índico e provavelmente foi lançado sobre as montanhas que separam o Paquistão do Afeganistão.
Não é de hoje que Seymour Hersh causa polêmica. Jornalista investigativo especialista em assuntos militares dos EUA, ele vem fazendo revelações bombásticas desde a Guerra do Vietnã. Em seu livro O lado negro de Camelot, publicado no Brasil pela L&PM, por exemplo, ele mostrou um John F. Kennedy que as pessoas ainda não conheciam: inconsequente, infiel, instável. Ou seja: revelar as falsidades escondidas nas reentrâncias do governo norteamericano é sua especialidade.
Aliás, ele não deixou de alfinetar o atual presidente dos EUA em sua reportagem sobre Bin Laden: “Isso é falso, como são muitos outros elementos da versão do governo Obama. A história da Casa Branca poderia ter sido escrita por Lewis Carroll…”
Aliás, por falar no autor de Alice no País das Maravilhas, este livro também é publicado pela L&PM. 😉