Maigret, um policial acima do gênero

Ivan Pinheiro Machado

Sempre que posso, eu falo de Maigret, o personagem de Georges Simenon. Portanto, já que estamos lançando “Maigret sai de viagem” e eu acabo de reler “Os escrúpulos de Maigret”, também recém lançado, vou voltar ao tema. O comissário Jules Maigret é, sem dúvida, um dos grandes personagens da literatura moderna. Não só no gênero policial, mas em todos os gêneros, já que os fãs de Simenon não são necessariamente fãs de romances policiais. Maigret transborda os estereótipos do detetive dos romances policiais. O velho comissário, antes de ser um detetive clássico, é um verdadeiro estudioso da natureza humana. Um homem sensível às fraquezas de seus semelhantes. Sua argúcia está ligada, menos à genialidade dedutiva, do que a uma profunda capacidade de compreender a alma de suspeitos e vítimas. Maigret nos comove exatamente por isso. Pelo paradoxo que se estabelece quando temos um policial generoso, capaz de sofrer pela sorte de culpados e inocentes. Uma curiosidade: a ideia de Georges Simenon ao lançar a primeira aventura do comissário Maigret era fazer um total de 18 livros. Devido à insistência do editor francês Gaston Gallimard, dono da legendária editora Gallimard, ele concordou em prosseguir a série “Maigret” que terminou em…75 livros. Simenon publicou mais de 300 obras.

Estátua de Maigret (1966), de Pieter d'Hont, que está numa praça em Delfzijl, nos Países Baixos, local exato onde se passa a primeira aventura de Jules Maigret: "Maigret nos Países Baixos" (1931)

 A L&PM Editores pretende lançar todos os romances de Maigret ainda inéditos no Brasil. Reeditamos, na coleção L&PM POCKET, cerca de 20 títulos que já haviam sido publicados na década de 70 pela editora Nova Fronteira. Agora, vamos lançar cerca de 30 títulos totalmente inéditos para o leitor brasileiro. 

Uma ideia sobre “Maigret, um policial acima do gênero

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