Na manhã de 18 de setembro de 1970, às onze e meia, Jimi Hendrix, 27 anos, foi declarado morto. Uma análise sanguínea identificou Vesparax, Seconal, anfetaminas e álcool. Houve controvérsias se teria sido ou não suicídio. Mas a maioria dos amigos defendeu que sua morte não foi intencional, mas sim um acidente. Em Jimi Hendrix, publicado na Coleção L&PM Pocket, conseguimos mergulhar na vida e na psiquê daquele que é considerado o maior guitarrista de todos os tempos, através do texto sensível e melódico do biógrafo francês Franck Médioni com tradução de Julia da Rosa Simões.
A imagem de Jimi Hendrix é a de um príncipe negro com chapéu de pirata, anéis nos dedos, penduricalhos no pescoço, falando com as estrelas. Restou sua música, de uma energia incrível. Uma música veemente com potencial de vida. Altamente energética e não menos supersônica, ela é parte de um mundo em que a arte ainda expressa o humano, traduz um ideal, e ainda não é um produto cinicamente classificado por seu valor comercial.
Jimi conhecia os poderes da música, que é de fato a rainha das musas, reunindo todas elas num mesmo movimento centrífugo. No impulso da partida, dos primórdios, desde a primeira inflexão, do primeiro riff, tocado na guitarra, ela é o presente eterno, a errância infinita. Às vezes, em sua batalha de cada instante, em sua corrida desenfreada, em sua violência impetuosa, ela não se diferencia do arrebatamento de uma dança.