Por Ivan Pinheiro Machado
O clima de Frankfurt está mais quente este ano. Talvez porque o país homenageado seja a latina Argentina. O livro de papel também segue sendo o mega protagonista. Na paralela, há um visível e focado interesse das empresas do ramo de tecnologia em aparecer – e vender – suas novidades. Google, Apple e Amazon apresentaram suas mais recentes criações em uma conferência bastante concorrida. Mas a verdade é que, mesmo com espaços temáticos e palestras que abordam as novas gerações tecnológicas, pouco se fala em livro digital e esta parece ser uma realidade mais americana do que européia. Na contramão dos devaneios futuristas dos primeiros dias, o som que se ouviu foi o do bandoneon que, com seu ar nostálgico, invadiu a “Halle 6”, o imenso pavilhão onde se concentram os latino-americanos e europeus. Isso porque os convidados de honra argentinos ofereciam um recital de tango em seu estande coletivo. No mais, a estrela ausente do dia de ontem foi Mario Vargas Llosa, o novo Nobel de Literatura. Não preciso dizer que o prêmio causou uma corrida à sua agente, a legendária Carmen Balcells. Só que, agora, os editores de todo o mundo terão que pagar muito, mas muito mais, pelo passe de Vargas Llosa. Este, afinal, é um dos efeitos mágicos do Nobel.
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