Angélica Seguí*
Gritinhos histéricos ecoaram pela cidade. Mulheres, homens e simpatizantes se descabelaram. Todos aguardavam ansiosos a entrada de Paul Mc Cartney no palco montado no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Quase todos… menos eu.
Eu não cresci ouvindo Beatles. No “3 em 1” dos meus pais uruguaios, acostumados a añorar, só rodavam notícias, a banda Iracundos, algun sambita brasilero e outros latinos desconhecidos no Brasil. Mas, acredite, no show do Paul eu chorei. Eu que não peguei fila, que não aguardei ansiosamente pelo show, que não morria por Beatles, eu chorei. Chorei como chora uma criança. Como chorou quem já viveu histórias de amor e amizade com trilha sonora dos garotos de Liverpool. Como qualquer ser humano choraria ao ver o poder inexplicável de uma estrela. Um homem capaz de emocionar os que nunca se emocionam. O show de Paul in Poa foi uma grande celebração ao rock. Um estádio com pessoas em estado de hipnose, cantando e pulando sem parar. Algo que jamais vi acontecer em um show, e não sei se voltarei a ver. E como diz minha querida amiga Kátia Suman: “Dane-se o resto, o cara é um Beatle”.
Hoje é dia dos portenhos viverem esta emoção. Aqui em Porto Alegre Paul fez questão de falar português e presentear os gaúchos com um “Mas bah tchê!” Qual será a surpresa para os argentinos? Paulistas! Preparem-se…
*jornalista e blogueira