O pai da expressão “beat”

Qual a origem do termo “geração beat”? De todas as versões, a considerada definitiva e confirmada é aquela publicada no prefácio de um livro de Allen Ginsberg, The Beat Book: “A expressão ‘beat generation’ surgiu em uma conversa específica entre Jack Kerouac e John Clellon Holmes em 1948. Discutiam a natureza das gerações, lembrando o glamour da lost generation, e Kerouac disse: ‘Ah, isso não passa de uma geração beat’. Mas o que nem todo mundo sabe é que o autor de On the road captou o termo de Herbert Huncke. Kerouac ficou encantado com o modo como Huncke usava sem parar o termo “beat” – que nos circos itinerantes significa “cansado” e “abatido” – e empregou a expressão para batizar toda uma geração (Kerouac também chegou a dizer que o termo derivava de “beatific”).

Herbert Huncke em 1947 na fazenda de William Burroughs

 Mas quem foi Herbert Huncke? Foi um garoto de programa, um ladrãozinho, um viciado. Mas, acima de tudo, uma figura fascinante e carismática. Huncke deu o primeiro pico a William Burroughs, guiou Kerouac e Ginsberg pelo submundo da Times Square nos anos 1940, inspirou personagens de muitos dos livros beats, escreveu os seus próprios sem muito sucesso. Nascido em uma família de classe média, costumava dizer que começou a usar drogas aos doze anos, vender sexo com dezesseis e que roubou tudo o que lhe passou pelas mãos. “Eu sempre segui o caminho mais fácil”, disse em uma entrevista de 1992. “Simplesmente continuei a fazer o que queria. Não pesava nem avaliava as coisas. Comecei desse jeito e de fato nunca mudei.”

Apesar de junkie, Huncke tinha modos finos, era elegante e não mentia jamais. Passou onze anos na prisão e boa parte da vida vivendo no Chelsea Hotel em Manhattan, onde faleceu em 9 de agosto de 1996 aos 81 anos de idade.

5 ideias sobre “O pai da expressão “beat”

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  2. KLAUSS FINGER

    A LP&M bem que poderia lançar a biografia ( Guilty of Everything: The Autobiography of Herbert Huncke) dessa lenda da beat generation…..bem como a biografia mais aguarda de todas que seria a do Burroughs…..A LP&M tem alguma novidade em relação as biografias dos Beats??…..

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  3. deniac

    Estudo, trabalho, leio muito, dou duro e vou morrer sem ser “imortal” em nada. Deveria sim, ter sido um junkie maluco, desregrado, irresponsável, com o acréscimo de uma intelectualidade razoável, levando uma vida mundana e plena.

    Aí sim, eu seria um cara legal, digno de inspirar escritores e músicos rebeldes.

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