Em janeiro de 1857, Gustave Flaubert foi acusado de ofensa à moral e à religião após a publicação de sua obra-prima Madame Bovary na França. A censura da época chegou a exigir o corte de uma das cenas do romance original como condição para a publicação, mas a medida não foi suficiente para acalmar os puristas. Mesmo com a cena suprimida, a Sexta Corte Correcional do Tribunal do Sena decidiu proibir a circulação da obra e punir o autor e o diretor da revista Revue de Paris, onde a história foi publicada pela primeira vez.
A represália tinha também a intenção de descobrir quem era Emma Bovary, mulher imoral e adúltera retratada por Flaubert no romance. A dúvida teve fim junto com o processo, quando em 7 de fevereiro de 1857, há exatos 154 anos, Flaubert declarou “Emma Bovary sou eu”, causando ainda mais escândalo e reafirmando a importância de uma das personagens mais debatidas da literatura.
Apesar da ousadia – e graças à brilhante atuação de seu advogado – Flaubert foi absolvido e sua obra continuou a circular, tornando-se um clássico da literatura mundial. Se um dia foi considerado imoral e passível de censura, o livro é hoje leitura obrigatória nas escolas, servindo de inspiração para releituras criativas como esta:
Madame Bovary faz parte da Coleção L&PM Pocket.
Isso soa semelhante ao caso da discussão em torno da censura da obra de Monteiro Lobato….
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