Woody Allen lê Machado de Assis

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Woody Allen listou seus livros favoritos, que vão de J.D. Salinger a… Machado de Assis! Tamanha foi a nossa surpresa quando vimos o livro Memórias póstumas de Brás Cubas entre os preferidos do aclamado diretor de cinema, cujo próximo filme vai abrir o Festival de Cannes.

A qualidade da obra de Machado de Assis é indiscutível e elogios não são mais surpresa para ninguém. O surpreendente, na verdade, foi a forma como o livro do escritor carioca do século 19 chegou até Woody Allen: “Eu recebi pelo correio um dia. Algum estranho do Brasil me mandou e escreveu ‘você vai gostar disso’. Como é um livro fino, eu li. Se fosse grosso, eu teria descartado”, disse.

O diretor de Midnight in Paris não poupou elogios: “Fiquei chocado ao ver como é encantador. Não conseguia acreditar que ele viveu há tanto tempo, como ele viveu. Você pensaria que foi escrito ontem”. E o espanto não é pra menos: Memórias póstumas de Brás Cubas foi publicado originalmente em 1880.

No Brasil, Woody Allen está em casa – a mesma casa de Machado de Assis. Na Coleção L&PM Pocket, você encontra Adultérios, Cuca fundida, Que loucura! e Sem plumas.

3 ideias sobre “Woody Allen lê Machado de Assis

  1. Rodrigo

    Interessante mesmo nosso caro Machado chegar até lá. Mas uma coisa me deixou encafifado aqui. Como um cineasta do porte de Woody Allen, que é realmente um bom cineasta, cujos filmes são deveras bons, diz que só leu Machado porque o livro era “fino”, que se fosse “grosso” não o teria feito? Medir um livro pela quantidade de páginas? Achei decepcionante isso. Mas…

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    1. Carol

      Oi Rodrigo!
      Acho que como ele simplesmente recebeu o livro do nada, já que ele mesmo falou que um brasileiro o deu, e ele não conhecia o autor, resolveu dar uma chance justamente pelo tamanho! (afinal, se fosse ruim, não teria perdido tempo) rs O bom foi que ele se surpreendeu! Adorei os comentários dele sobre como o livro é atual!

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  2. rosana

    Carol, Rodrigo,

    Woody, que para mim é ‘madeirinha’ – se deixou levar na atraçao magica do achado ‘machadinho’ (perdao ao Grande Machado, meu primeiro autor). Magica, alias é seu eixo motor, vida privada ou cinematografica.
    Nosso Woody certamente gostou desde o primeiro paragrafo do Nosso Machado, senao, porque ler ?
    Para um ‘madeirinha’, um ‘machado’ é mito. Uma simples pinça, – por isso o comentario elogioso de livro fino – e voilà elementos como ‘Madagascar’ do ‘Curse of the jade scorpion’, …’Ajustavam-se ambos, como se aquela luva tivesse sido feita para aquela mão.’

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