O irlandês Bram Stoker já tinha outros livros publicados quando, em 26 de maio de 1897, lançou o livro que o faria entrar para a ala dos escritores mais populares do planeta: Drácula. Foram sete anos de pesquisa até que a obra ficasse totalmente pronta. A partir de Drácula, os vampiros passaram a ser tema de peças e filmes que parecem nunca se esgotar. Drácula, a história do sedutor conde que vive na Transilvânia e alimenta-se exclusivamente de sangue, é um romance epistolar, contado através de cartas, trechos de diários e registros de bordo. Uma das passagens mais emblemáticas do livro está no diário da heroína, Mina Murray:
A lua cheia resplendia, encoberta por densas nuvens escuras que mergulhavam toda a cena em um diorama fugaz de luz e sombra enquanto atravessavam o céu. Por um ou dois instantes eu não pude ver nada, uma vez que a sombra de uma nuvem obscureceu a Igreja de St. Mary e todo o cenário ao redor. Então, à medida que a nuvem passava eu via as ruínas da abadia revelarem-se, e à medida que um estreito filete de luz afiado como a lâmina de uma espada se deslocava, a igreja e o cemitério tornavam-se cada vez mais visíveis. Qualquer que fosse a minha expectativa, ela não foi frustrada, pois lá, em nosso banco favorito, a luz prateada da lua derramava-se por sobre uma figura reclinada, alva como a neve. A chegada da nuvem foi súbita demais para que eu pudesse ver muita coisa, pois a sombra abateu-se sobre a luz quase que de imediato, mas tive a impressão de que um vulto obscuro estava de pé atrás do assento onde a figura branca reluzia, inclinando-se sobre ela. O que era aquilo, se homem ou fera, eu não saberia dizer.
Com um texto destes, não é difícil entender porque Drácula continua sendo sucesso depois de mais de cem anos de sua primeira publicação.
Apesar de não ter se tornado um best-seller imediato, Drácula foi aplaudido pela crítica da época e até Sir Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes, escreveu uma carta a Bram Stoker para elogiar seu romance.